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  • Adilson
  • 01/08/2019
Setor de autoescola organiza manifestação contra a proposta do presidente em acabar com aulas de direção

O setor de autoescolas do Distrito Federal demonstra preocupação com declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a intenção de acabar com as aulas práticas de direção no País. O Sindauto-DF, entidade que representa o segmento na capital, aponta que se a ideia for colocada em prática, irá acabar com mais de 120 mil empregos formais em todo o País, além de desencadear um efeito desastroso na segurança no trânsito. Para manifestar o descontentamento com a declaração do presidente, os empresários da cidade farão uma manifestação em frente ao Congresso Nacional no dia 20 de agosto.

A manifestação tem como objetivo demonstrar a importância dos centros de formação de condutores para a segurança no trânsito e alertar a população, assim como os parlamentares, sobre o perigo deste tipo de proposta. Ao todo, são 14 mil empresas de autoescolas no Brasil. No DF, são 138 estabelecimentos que formam condutores diariamente. O presidente do sindicato, Francisco Joaquim Loiola, explica que se houver qualquer decisão neste sentido, haverá fechamento em massa das empresas e consequentemente demissões, aumentando ainda mais o número de desempregados no País. Outra preocupação da entidade é a segurança no trânsito. Atualmente, são registradas cerca de 45 mil mortes ao ano no Brasil, todas oriundas de acidentes automobilísticos.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, a cada hora cinco pessoas morrem em acidentes de trânsito no Brasil. Mais de 1,6 milhão de pessoas ficaram feridas nos últimos 10 anos, ao custo de quase R$ 3 bilhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Como podemos reduzir esses números sem uma boa formação para o futuro condutor? Essa ideia do presidente irá gerar desemprego, sobrecarga na saúde e um prejuízo enorme para a economia do País”, ressalta. “Temos que colocar na balança para saber o que vai pesar mais”, pontua Loiola.

Taxas

O presidente da República também é contrário ao valor cobrado nos centros de ensino de condutores, atualmente custa cerca de R$ 2 mil para ter a carta de motorista. Francisco Joaquim Loiola informa que 50% desse valor são de taxas e custeio de manutenção. O presidente do Sindauto-DF coloca as contas na ponta do lápis e destaca que a maior parte do valor cobrado pelas autoescolas são de taxas. Do valor de R$ 2 mil cobrados para a obtenção da carta de motorista: R$ 684 são destinados para o Detran e para as clínicas que realizam os exames dos alunos; R$ 150 de custo do monitoramento prático; R$ 50 do monitoramento teórico; R$ 100 de custo do simulador de direção, além de impostos que os empresários precisam pagar. “Acredito que o presidente precisa fazer as contas. O que está caro são as taxas. As autoescolas estão à beira da falência, muitas já fecharam as portas. Temos várias normas para seguir e gastos extras criadas pelo próprio governo”, informa Francisco.

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