fbpx

Falta requisito à República

por acm

Passados quase 25 anos da promulgação da Constituição de 1988, o Brasil ainda não conseguiu implementar, efetivamente, um sistema republicano de governo. Faltam pluralismo político, respeito à dignidade da pessoa humana e cidadania. Todos esses princípios são considerados pela nossa Carta Magna como fundamentais para manutenção do Estado Democrático de Direito. Mas o que se vê no dia a dia é o crescimento da corrupção, a busca pelo poder em benefício próprio, o desrespeito pela coisa pública e uma crise de valores.

A classe política tem sido envolvida em frequentes escândalos, a maioria deles ligados a denúncias de corrupção. Quando alguém se apropria indevidamente de recursos públicos, isso significa prejuízos reais à população, que se vê privada de verbas que antes seriam destinadas à saúde, à segurança, à educação e a outros direitos dos cidadãos. Os ministérios, por exemplo, passaram a ser vistos por políticos de diversas bandeiras como fontes inesgotáveis de benesses. Alguns ministros, inclusive, foram acusados de se apoderarem desses órgãos para empregarem apadrinhados e desviar dinheiro público.

O resultado é uma apropriação do Estado pelos partidos políticos, o que torna a administração pública ineficiente. Esse é apenas um exemplo da falência das instituições. Há que se falar também dos vícios do sistema eleitoral com voto proporcional. Esse modelo coloca milhares de candidatos em disputa, o que encarece a eleição; privilegia os candidatos que são celebridades; estimula a compra de lideranças regionais pelos políticos; e fragiliza os partidos, porque estimula a competição entre membros de uma mesma legenda.

A falta de oposição e de diferentes formas de pensamento também enfraquece a República brasileira. Mas os partidos estão cada vez menos interessados em produzir programas estruturais, e cada vez mais voltados para disputas por poder, simplesmente. Não existem mais disputas programáticas e ideológicas. Tem ocorrido uma homogeneização dos discursos.

Ocorre que os políticos não são os únicos responsáveis por essa fragilidade. O cidadão precisa fazer a sua parte. O eleitor é responsável pelos seus escolhidos. Essa escolha não pode ser feita baseada em preocupações individuais. Ela também precisa se pautar pelo interesse da coletividade. O problema é que o brasileiro, apesar de muito sociável, ainda é individualista. Temos que estimular a solidariedade com vistas ao desenvolvimento do bem comum e do voluntariado.

Neste caso, volto a citar a Constituição, que em seu artigo primeiro, parágrafo único, diz: todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. Está na hora de a sociedade proclamar uma nova república, para que o Brasil cresça efetivamente como Federação, com Justiça social, qualidade de vida, extinção da miséria e verdadeira democracia.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília – 02/4/2012

Brasília, 2 de Abril de 2012

Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF

Olá! O nosso site usa cookies e, portanto, coleta informações sobre sua visita para melhorar nosso site. Por favor, consulte nossa página de política de cookies e  para mais detalhes ou concorde clicando no botão 'Aceitar'.

Configurações de cookies

A seguir, você pode escolher os tipos de cookies que permite neste site. Clique no botão "Salvar configurações de cookies" para aplicar sua escolha.

FunctionalNosso site usa cookies funcionais. Esses cookies são necessários para permitir que nosso site funcione.

AnalyticalNosso site usa cookies analíticos para permitir a análise de nosso site e a otimização para o propósito de usabilidade.

Social mediaNosso site coloca cookies de mídia social para mostrar conteúdo de terceiros, como YouTube e Facebook. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

AdvertisingNosso site coloca cookies de publicidade para mostrar anúncios de terceiros com base em seus interesses. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

OtherNosso site coloca cookies de terceiros de outros serviços de terceiros que não são analíticos, mídia social ou publicidade.