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Brasília no escuro

O último a sair, por favor, acenda a luz. Ao contrário do ditado popular, essa é a orientação que deveria estar em vigor na Companhia Energética de Brasília (CEB). Há tempos, o Distrito Federal sofre com constantes apagões e um precário sistema de abastecimento elétrico, o que se traduz em prejuízos e insegurança para a população. Esse problema não pode continuar assim. Os responsáveis pela administração da empresa devem, no mínimo, desculpas e esclarecimentos para os brasilienses, enquanto o governo precisa retomar os investimentos necessários em infraestrutura e tirar definitivamente as obras do papel.

Na semana retrasada, a comunidade do Lago Norte ficou quatro horas no escuro, assim como várias outras que já passaram ou passam pelo mesmo problema. Todas as cidades são afetadas. Em 2012, o Distrito Federal chegou a ficar o equivalente a 11 dias sem eletricidade entre janeiro e outubro. É um verdadeiro absurdo. Somente em um mês, setembro, as quedas de energia superaram o teto fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). E isso porque nós estamos falando de um serviço caro, o qual o cidadão é obrigado a pagar em dia para não ter a luz de casa cortada. Ocorre, porém, que hoje só o pagamento da conta não garante o abastecimento de energia, tampouco a qualidade do atendimento.

No ranking das companhias energéticas brasileiras, referente a 2011, a CEB amarga o 27º lugar, numa lista de 33. Significa dizer que a estatal brasiliense está entre as seis piores distribuidoras do País. É um desrespeito com o cidadão que chega em casa cansado do trabalho e não pode nem ligar a televisão. Ou então o pequeno empresário que é obrigado a fechar as portas de seu negócio por falta de energia. Segundo os acionistas minoritários da empresa, dos R$ 479 milhões que estavam previstos para serem investidos em 2012, só R$ 155 milhões foram empenhados. Nesta gestão sombria, o que nos resta? Acender uma vela? Só se for para rezar.

Adelmir Santana – Presidente da Fecomercio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

Brasília, 25 de fevereiro de 2013

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 25/02/2013

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