
O percentual de famílias endividadas no Distrito Federal voltou a crescer em julho de 2025, mantendo a tendência de alta pelo quinto mês consecutivo. Segundo a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 72,8% das famílias relataram possuir algum tipo de dívida. Este é o maior índice desde fevereiro, quando o indicador havia recuado a 66,2%, o menor patamar desde outubro de 2020 (58,0%).
No total, 777.395 famílias do DF estão com a renda comprometida com dívidas, um aumento de 8.883 em relação a junho. Apesar do avanço mensal, o número é 5,4% menor que o registrado em julho de 2024 – uma redução de 44.382 famílias endividadas.

A inadimplência também avançou, atingindo 41,8% das famílias, contra 40,5% em junho. Trata-se da segunda alta consecutiva e de um salto de 4,3 pontos percentuais em relação a julho de 2024. Em números absolutos, o total de inadimplentes passou de 432.171 para 446.255 pessoas no intervalo de um mês.
Entre os que declararam não ter condições de quitar suas dívidas, o índice se manteve estável em 18,3%. Isso representa 195.710 pessoas. Ainda assim, houve queda de 2,6 pontos percentuais em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O comprometimento médio da renda com dívidas chegou a 22,4%. Entre as famílias com renda até 10 salários mínimos, esse índice é de 22,0%. Já entre aquelas que ganha mais, o patamar chega a 23,2%. A comparação anual revela que, embora o número de famílias endividadas tenha caído 5,4% no período, o comprometimento da renda oscilou pouco, subindo 0,5 ponto percentual.
Já o cenário da inadimplência preocupa. O índice cresceu 12,5% em um ano e alcançou um patamar elevado quando comparado à média nacional, que ficou em 30,0% em julho de 2025 (ante 28,8% em julho de 2024). O percentual de endividados no Brasil, por sua vez, atingiu 78,5%, 5,7 pontos percentuais acima do registrado no DF.
Segundo o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, “embora o comprometimento médio da renda com dívidas se mantenha relativamente estável, o alto nível de inadimplência observado entre os brasilienses exige atenção. Após um período de retração no início do ano, os atrasos voltaram a crescer a partir de junho, sinalizando uma piora nas condições de pagamento das famílias.”