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  • Adilson
  • 28/03/2020
Sondagem da Fecomércio-DF mostra que 12% dos empresários do setor pensam em encerrar as atividades e 40,1% avaliam demitir funcionários

A chegada do novo coronavírus ao Distrito Federal impactou toda sociedade e diretamente o comércio. Após decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha, que determinou o fechamento das lojas, visando frear a disseminação da Covid-19 na capital, os empresários estão tentando manter o fluxo de caixa de suas empresas. Para contabilizar os prejuízos e saber quais medidas estão sendo tomadas, a Fecomércio-DF solicitou uma sondagem com empresários da cidade, dos setores de comércio, serviços e turismo, para o instituto Opinião Informação Estratégica em parceria com a Sphinx Brasil.

Em um questionário de múltipla escolha, o levantamento aborda quais providências as empresas estão adotando ou pretendem adotar na gestão sobre a crise: 12% dos entrevistados responderam que a tendência é a de fechar a empresa definitivamente; para 40,1% a demissão dos colaboradores é uma possibilidade; 51% disseram que as férias coletivas são a saída; 77% dizem que o fechamento dos estabelecimentos para atendimento ao público está entre as decisões; 78% elaboraram plano de gestão de crise; e 37% colocaram os funcionários de home office, entre outras ações (percentuais arredondados).

A coleta dos dados começou a ser feita no dia 23 de março. Por meio de amostras diárias, a sondagem conta com a participação de um grupo de 142 respondentes sorteados da base da Fecomércio, e será atualizada diariamente. Também foi perguntado qual o sentimento em relação à economia, considerando a pandemia do novo coronavírus. Os empresários responderam, em uma escala de 0 a 10, onde 10 é o mais positivo e 0 é o mais negativo. Antes do fechamento das lojas, o sentimento atribuído foi representado por uma nota média de 7,6. Em uma visão do momento atual, a nota atribuída foi de 2,9; em médio prazo (1 mês), de 3,5; e a longo prazo (3 meses) o número sobe para 4,4.

O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, avalia a atual situação como grave e destaca que a Federaçao tem tomado as medidas cabíveis para ajudar na manutenção dos empregos e das empresas da cidade. Ele destaca que uma dessas ações foi a obtenção de uma linha de crédito, junto ao Banco de Brasília (BRB), no valor de até R$ 1 bilhão, para as empresas dos sindicatos filiados à Federação. A taxa de juros negociada foi a partir de 0,80% ao mês – valor abaixo do mercado.

“Vários segmentos estão sendo afetados pelo fechamento do comércio, estamos tentando aliviar as demissões e ajudar o empresário a se manter, principalmente o pequeno empreendedor da cidade”, informa Francisco Maia. Na primeira semana de interrupção do comércio na capital do País, o novo coronavírus causou prejuízos em diversos segmentos, sobretudo no de bares e restaurantes, que tiveram um prejuízo de 60% em seus faturamentos. Pensando em auxiliar os vários comércios da cidade, a Federação lançou a campanha “Valorize o comércio da sua vizinhança”, com objetivo de orientar os consumidores a realizarem as suas compras nas proximidades, evitando aglomerações e beneficiando o comércio local.

O sócio da Opinião Informação Estratégica, o estatístico Alexandre Garcia, aponta que a economia está vivendo um momento de incerteza, o que leva a um cenário caótico. Segundo ele, a principal esperança dos empresários é que o governo tome alguma atitude em relação aos impostos e subsídios, já que a grande maioria das empresas da cidade são compostas de micro e pequenos empresários. “Quando essas empresas são afetadas, o desemprego é imediato. O único ator que pode exercer uma influência positiva em relação ao assunto é o governo”, ressalta. “Os EUA, por exemplo, disponibilizaram mais de US 1 trilhão para investir na economia do País, com o objetivo de dar sobrevida ao emprego e negócios. Se o governo brasileiro não agir, o problema poderá ser ainda maior”, explica Alexandre.

A sondagem mostra ainda que 52,4% dos entrevistados, até o momento, relatam a diminuição do número de clientes em seus estabelecimentos, em torno de 91% a 100%; e apenas 2,1% disseram que o impacto negativo foi de até 10%.

Metodologia

A coleta dos dados é feita por meio de tracking telefônico e começou a ser realizada no dia 23 de março. A análise é atualizada diariamente. Até o momento um grupo de 142 empresários da base da Fecomércio, de diversos segmentos, já responderam o questionário.

Pergunta: Atribua uma nota, de 0 a 10, com relação ao seu sentimento em relação à economia considerando antes do COVID-19, como estará daqui 1 semana, daqui 1 mês e daqui 3 meses.

Pergunta: Face aos últimos acontecimentos, das providências que vou citar, quais sua empresa tomou ou pretende tomar em relação à gestão do seu negócio?

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