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  • Adilson
  • 07/04/2014
Sofrimento diário

Adelmir Santana

Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

A vida no Distrito Federal já foi mais fácil e prazerosa. Faço essa afirmação com base em vários pontos de vista. Para a maioria da população, até o direito de ir e vir está sendo desrespeitado. O sistema de transporte simplesmente não funciona. Algumas pessoas, sobretudo os moradores do Entorno, chegam a passar um quarto do dia amontoadas em ônibus precários.Quem trabalha de madrugada sequer tem opções para voltar para casa.Não existem veículos públicos nesse horário. Quem utiliza o próprio carro convive com engarrafamentos quilométricos, falta de estacionamento e violência no trânsito. E quem opta por meios alternativos de locomoção, como caminhar, sofre com a mesma falta de infraestrutura, como ruas esburacadas e calçadas inexistentes.

Em dias de chuva todos esses problemas se multiplicam, com alguns agravamentos. Basta chover, por exemplo, para as cidades ficarem horas no escuro. Quando a água resolve cair também constatamos o alagamento da maioria das vias. O resultado é caótico para o funcionamento de todo Distrito Federal. Fica quase impossível chegar ao trabalho no horário marcado. Essas dificuldades vão maltratando pouco a pouco a população. O mesmo sofrimento também é imposto ao brasiliense quando ele não consegue matricular o filho na escola ou quando falta leito nos hospitais. No caso da falta de segurança é ainda pior, pois a violência ameaça diretamente a nossa vida e da nossa família.

Essas dificuldades me fazem temer pelo futuro da capital. Sendo morador de Brasília desde 1964, confesso sentir saudades de quando as cidades eram mais organizadas e pelo menos as necessidades mais básicas da população eram atendidas. Certamente, o crescimento urbano impõe desafios para todas as metrópoles do mundo, mas é fundamental enfrentá- los com planejamento e gestão. A vida pode voltar a ser simples se o futuro for planejado para isso e se tivermos a capacidade de colocar esse plano em prática.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 07/04/2014.

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