Mais de 100 empresários brasilienses se reuniram na noite desta terça-feira (26), na sede da Fecomércio-DF, para acompanhar um workshop oferecido pelo Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), em parceria com o Sebrae. O seminário contou com palestras informativas sobre as tendências mundiais de mercado e as novas mudanças que deverão ser feitas com a chegada da obrigatoriedade da emissão da Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e). Durante o encontro, o superintendente do Sebrae-DF, Valdir de Oliveira, anunciou a intenção da entidade de inaugurar, ainda este ano, uma unidade física do Sebrae em Taguatinga, com o intuito de se aproximar ao empresário da região.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-DF, Luís Bermúdez, elogiou a iniciativa do Sindivarejista em trazer informação para o setor produtivo da capital federal e colocou à disposição toda a diretoria e técnicos da instituição para a realização de outros workshops. O presidente do Sindivarejista, Edson de Castro, agradeceu a presença dos empresários, que se mostraram interessados em aprender. “É sempre bom lembrar a importância de manter o empreendedor atualizado sobre as tendências mundiais”, disse Edson de Castro.
O primeiro palestrante da noite, o professor da Universidade do Varejo do Rio de Janeiro e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Juedir Teixeira, explicou como foi a realização da maior feira de varejo do mundo, a National Retail Federation (NFR Big Show), que reúne anualmente milhares de empresários. Em 2016, a NFR ocorreu entre os dias 17 e 20 de janeiro. “Hoje, vivemos em um mundo de inovação digital, precisamos adequar isso ao nosso próprio negócio, com estratégias, aplicando merchandising, investindo em redes sociais e na comunicação da empresa. Esse é o entendimento que a NFR passou para os mais de 35 mil lojistas do mundo inteiro que estiveram presentes na feira”, destacou.
Em 2016, 1.135 mil empresários brasileiros acompanharam a NFR, que contou com palestras do dono da marca de vestuários esportivos Under Armor, Kevin Plank, e do ex-secretário de Estado dos EUA, Colin Powell. “O fundador da Under Armor debateu a convergência cada vez mais inevitável entre lojas físicas e virtuais. Hoje, a Under Armor é um das maiores referências em material esportivo e tem objetivo de desbancar as grandes marcas, como a Nike e a Adidas. Em 2016, a marca estará abrindo 200 novas lojas”, disse Juedir.
O professor também falou da importância do atendimento e do cliente no varejo. “Nos dias atuais, o empresário necessita estar o mais informado possível sobre o estilo de seu cliente, ainda mais o pequeno empreendedor. Trazer o cliente para filosofia da loja é de grande valia para alavancar as vendas. O atendente e o lojista precisam estar atentos às novas tecnologias e ao comportamento de compra”. O palestrante destacou ainda a importância de manter um canal de conversa com o consumidor.
Já o empresário da área de automação comercial Hugo Leite explicou para os empresários presentes na sede da Fecomércio como funciona a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e) e informou os prazos limites de adesão. Ele disse que já estão enquadradas na obrigatoriedade todas as novas empresas que abriram a partir de janeiro deste ano. A partir do dia primeiro de julho, os contribuintes optantes pelo Simples Nacional, com faturamento anual superior a R$ 1,800 milhão serão enquadrados no programa. No ano que vem os empresários com faturamento superior a R$ 360 mil serão contemplados e em julho de 2017 os demais empreendedores terão que se enquadrar.
“Basicamente o que vai acontecer é a saída daquela impressora fiscal tradicional, que imprime o cupom fiscal normal. A pretensão desse projeto é que tudo fique informatizado até 2018, e aí entra o cupom fiscal eletrônico, que agora contará com um QR Code. O empresário também necessita ter um certificado digital para fazer a assinatura digital dos documentos”, disse. “A empresa também necessita contar com acesso a internet para transmissão dos cupons. O que muda é que agora a empresa precisará contar com uma impressora térmica que imprima o QR Code. O aparelho custa entre R$ 700 e R$ 800, dependendo da marca”, disse Hugo Leite.
Ele explicou ainda que o Projeto NFC-e visa a ser uma alternativa totalmente eletrônica para os atuais documentos fiscais em papel utilizados no varejo, reduzindo custos aos contribuintes, ao mesmo tempo em que possibilita o aprimoramento do controle fiscal pelas administrações tributárias. Com a NFC-e, o consumidor também é beneficiado, ao possibilitar a conferência da validade e autenticidade do documento fiscal recebido.