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Shoppings e restaurantes da cidade passam a aceitar a presença de pets

Há algum tempo, o espaço destinado aos animais de estimação era o quintal da casa. No máximo, saíam para dar umas voltinhas na rua, duas ou três vezes por dia. Mesmo ainda proibidos de circular por alguns locais, os pets, sobretudo os cães, têm conquistado cada vez mais espaço e estão sendo, aos poucos, aceitos em alguns estabelecimentos, como shoppings e restaurantes. Ao aderir à onda “pet friendly”, empresários do DF estão oferecendo serviços que vão além da simples presença do animal, como a oferta de petiscos, água fresca e atividades de lazer.

Os animais de estimação são considerados atualmente como integrantes da família e a quantidade deles nos lares brasileiros supera o número de crianças. De acordo com pesquisas realizadas pelo IBGE, em 2013, o número de cachorros nos domicílios brasileiros chegou a uma estimativa de 52,2 milhões (Pesquisa Nacional de Saúde – PNS), enquanto o número de crianças de até 14 anos, no mesmo ano, foi de 44,9 milhões (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD). Além disso, a PNS mostra que no DF, 32,3% das residências têm pelo menos um cão, enquanto 6,9% dos lares possuem ao menos um gato. Em todo o País, 44,3% dos domicílios possuem pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de lares.

Parte dessa estimativa, a funcionária pública Lilian Teixeira Nunes, de 37 anos, que é casada e não tem filhos, cria cinco cachorros e um gato. “São todos meus filhos”, diz. Ela acredita que os empresários deveriam pensar mais em iniciativas para a aceitação dos bichinhos em empreendimentos comerciais. “O empresário só tem a ganhar porque é uma forma de atrair mais clientes”, afirma. Normalmente, ela não costuma frequentar shoppings ou restaurantes com os filhos de quatro patas porque sabe que há proibição na maioria dos lugares. “Nas poucas vezes em que fui, as pessoas olhavam de cara feia. Acho que as empresas deveriam aceitar a presença dos animais, mas sempre com a conscientização do dono. Temos que respeitar também quem não gosta dos bichinhos. Acredito que falta um pouco de respeito e convivência”, completa.

De olho nesses clientes que possuem pets, o Shopping Quê!, localizado em Águas Claras, além de permitir a circulação de animais desde sua inauguração, promove eventos voltados para o público. A presença de uma clínica veterinária e de um petshop contribuem para a grande circulação de animais . “O shopping existe há seis anos e as lojas Capital Pet e PrimeVet funcionam há cinco. Não percebemos se houve aumento no fluxo de clientes porque nunca foi proibida a circulação de pets”, explica Robertha Figueiredo, gerente de marketing do shopping.

Para passear no centro comercial, é obrigatório o uso de guia e é importante observar a proibição de circular pela praça de alimentação. O shopping nunca recebeu reclamação por permitir a presença de animais. Pelo contrário, foi observando o grande fluxo deles que surgiu a primeira versão do Carnaval para pets, no ano passado. No momento existem dois eventos voltados para esse público no calendário do shopping: o CarnaPet, no primeiro semestre, e o Encontro das Raças, com previsão de ocorrer em agosto. “No CarnaPet recebemos mais de 100 cães. Neste ano, tivemos até concurso de fantasia. O Encontro das Raças recebe uma média de 50 cães por edição/raça”, explica Robertha. Segundo ela, não há restrição de tamanho dos animais. Circulam pelos eventos de pinchers a labradores. “Mas claro, estamos sempre atentos ao comportamento dos cães e prontos para intervir no caso de algum cão adotar comportamento antissocial”, destaca.

Moradora de Águas Claras, Layne Cristina Ferreira, de 28 anos, é dona da Tessy, cadela spitz alemã que venceu uma das edições do Concurso de Fantasia Pet 2015. Casada e sem filhos, a brasiliense considera sua cadela membro da família, mas não costuma frequentar os estabelecimentos comerciais na companhia dela. “Nunca saí com ela para shopping, a não ser o Shopping Quê! porque não conheço outro lugar que aceite. Geralmente, quando saio com ela é sempre para lugares públicos”, afirma.

Layne acredita que se mais empresas aderissem à moda, facilitaria a vida de quem tem um animal de estimação. “Acontece direto de eu pensar duas vezes antes de ir em determinado local, pois às vezes estou com minha cachorra no parque e de lá tenho que passar em algum lugar. Normalmente desisto de ir porque tenho que deixá-la em casa antes. Para comer fora também é assim. As pessoas às vezes ficam com nojo. Então se tivesse um lugar separado nos restaurantes acho que não teria problema algum”.
//Diversão e informação

Os eventos do Shopping Quê! têm o objetivo de congregar as famílias e os amantes dos pets. “O CarnaPet existe para divertir e o Encontro das Raças para informar. Assumimos o conceito Pet Friendly principalmente em respeito aos nossos clientes. Observando o grande fluxo na petshop, na clínica veterinária e dos nossos vizinhos (prédios residenciais), não seria justo não abraçar a causa. Sem contar o diferencial arquitetônico do local, que é aberto, amplo, arejado, familiar. E hoje os pets são membros da família”, completa Robertha.

No Boulevard Shopping, localizado no final da Asa Norte, os pets de pequeno porte podem circular, desde que estejam no colo ou nas bolsas próprias para o transporte dos animais. O empreendimento comercial também decidiu investir em eventos para o público e promoveu, em parceria com o Armazém Rural, no último dia 20 de junho, o “Primeiro Arraiá Para Animais de Pequeno Porte”. A festa contou com a presença de mais 100 cães, teve concurso de roupas caipiras e produtos especiais para os pets, além de comidas típicas para os donos. “É uma forma de inserir os animais de estimação nas festas temáticas que acontecem durante o ano. Além disso, os donos têm a oportunidade de brincar com seus cães de uma maneira diferente e criativa”, ressalta a gerente de Marketing do Boulevard Shopping, Luana Peixoto.

A fonoaudióloga Ângela Plácido, casada e mãe de dois filhos, levou sua cadela Golden Retriever para o evento e ficou muito satisfeita, principalmente porque Latoya foi a vencedora do concurso de fantasia. “Sempre participo desses eventos. Gosto muito”, diz, destacando que em Brasília essa conscientização dos empresários de que os pets fazem parte da família é recente. “No Rio de Janeiro é comum a presença de animais em vários locais”, afirma.

Restaurantes

Nos estabelecimentos do setor de alimentação, como restaurantes, lanchonetes e cafés, normalmente os espaços destinados aos pets ficam nas áreas externas. Em funcionamento há oito meses em Águas Claras, a Piccolo Emporium, primeira salumeria do DF, os cães e gatos têm um lugar especial e ainda podem comer alguns petiscos vendidos no estabelecimento. Os pets ficam com seus donos em mesas dispostas na varanda do restaurante. “O animal só não pode entrar no restaurante. Essa é uma determinação da Vigilância Sanitária”, explica Ville della Penna, sócio proprietário da salumeria.

“Já recebemos, por exemplo, um encontro de 13 Golden Retrievers. Foi uma festa. Não há restrição a nenhum tipo de animal e nem ao tamanho”, destaca. Para que os cães não fiquem estressados, Ville orienta o cliente para passear com o cachorro antes. “Nunca recebemos reclamações sobre a presença dos animas. Ao contrário, somos muito elogiados. Nossa proposta é ser uma casa democrática Quem quiser dividir o espaço com os animais pode ficar em uma mesa ao lado. Quem não quiser, fica na parte de dentro”, completa, destacando que nos fins de semana o movimento de animais é maior.

A ideia de oferecer uma mesa pet em seu restaurante surgiu devido a uma questão pessoal e à grande quantidade de pets que existem em Águas Claras. “A nossa casa é uma casa italiana. Sou chef de cozinha daqui e eu e minha sócia e esposa, Juliana, gostamos muito de animais. Então decidimos proporcionar uma experiência nova para o cliente com toda a família reunida à mesa. Entendemos que os bichinhos também fazem parte da família”, explica. Outro motivo é o mercado. “Sentimos que em Águas Claras há muitos animais e poucos espaços para esse convívio”, conclui.

O Ernesto Cafés Especiais, localizado na 115 Sul, aceita a presença dos pets desde sua inauguração, há quatro anos. Eles podem permanecer na parte externa, onde tem um jardim e são disponibilizadas mesas para os clientes. A única restrição é a entrada na parte interna da casa. “O café recebe qualquer tipo de bichinho, de qualquer tamanho, e ainda disponibiliza vasilhas com água fresca”, afirma a gerente, Kátia Cassiano Sales dos Santos, destacando que nunca receberam reclamações pela presença dos pets. “Noto que nos finais de semana a frequência é maior de animais, principalmente durante o dia. Costumamos abrir às 8h e eles sempre vêm nesse horário”, destaca.

Vale lembrar que a restrição à presença dos animais nas partes internas dos restaurantes ou nas praças de alimentação dos shoppings não se aplica aos cães-guias. A Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005, assegura à pessoa portadora de deficiência visual usuária de cão-guia o direito de ingressar e permanecer com o animal nos veículos e nos estabelecimentos públicos e privados de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas pelo local. A medida aplica-se a todas as modalidades de transporte interestadual e internacional com origem no território brasileiro.

Serviço
Shoppings que aceitam cães de pequeno porte, desde que conduzidos no colo ou meios de transporte adequados:
Iguatemi – Lago Norte
Boulevard Shopping – Asa Norte
ParkShopping
Brasília Shopping – Asa Norte
Shopping Quê! – Águas Claras
JK Shopping – Av. Hélio Prates – Taguatinga

Alguns dos restaurantes que permitem a presença de animais na parte externa:
Piccolo Emporium – Vitrini Shopping – Águas Claras
Ernesto Cafés Especiais – 115 Sul
Fratello Uno – 103 Sul e 109 Norte
Fran’s Cafés – 209 Norte

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