Como instituição responsável por fortalecer o desenvolvimento brasiliense, um dos principais interesses da Federação do Comércio é que o Distrito Federal tenha um sistema de transporte por ônibus eficiente. Além de ser uma questão básica de mobilidade, inserida na Constitui- ção como direito fundamental do cidadão, é uma questão estratégica. Mais da metade dos trabalhadores do setor de Serviços, força motriz da nossa economia, depende desse sistema, assim como a maioria da população do DF. Sem um transporte coletivo de qualidade, a economia não gira, as pessoas não se locomovem e a cidade para.
Ocorre que, neste momento, a operação da frota de ônibus no DF está perto de entrar em colapso, sobretudo por duas razões: atraso nos repasses devidos pelo GDF e falta de implementação do modelo licitado. Chegamos ao ponto em que as companhias discutem até quando haverá dinheiro para pagar o óleo diesel. O empresário não pode interromper o transporte, mas os fornecedores e colaboradores não entregam os insumos se não receberem. Para entender a situação temos que conhecer o sistema: Brasília possui uma frota de 2,7 mil ônibus que são administrados por cinco empresas. Essas companhias empregam 12 mil pessoas e atendem mais de 1 milhão de usuários por dia.
A passagem de idosos, estudantes e portadores de necessidades é subsidiada pelo Estado. Mas o subsídio é voltado para arcar a gratuidade. Não vai para as empresas. O dinheiro que deveria ser repassado para as companhias está atrasado. A dívida do governo com as empresas de ônibus, que no final da gestão Agnelo era de R$ 50 milhões, triplicou em um ano. Agravando este quadro, o modelo de faixas exclusivas e ônibus interligados não foi concluído. Isso traria redução de tempo e custo das viagens. Assim como em outras capitais, temos que estabelecer o transporte coletivo como prioridade, mas para isso todos precisam cumprir suas obrigações.
Adelmir Santana (Presidente do Sistema Fecomércio-DF)