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Reféns do crime

Adelmir Santana

Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

A criminalidade não descansa, não tem limites e não anda a passos de tartaruga. Enquanto uma parcela da Polícia Militar de Brasília prega o atraso no atendimento de ocorrências, os bandidos estão soltos à procura de novas vítimas. Os alvos são os empresários, os trabalhadores, os estudantes e os demais cidadãos. Para os bandidos, pouco importa. É matar ou matar, roubar ou roubar. A vida não tem valor. Mas para nós, esse é o bem mais precioso e não podemos ficar reféns do crime. Hoje, mais de duas pessoas são assassinadas por dia na capital do País.

Diante dessa absoluta falta de segurança, nós – empresários do comércio –, realizamos uma reunião na sede da Fecomércio, na sexta-feira, e decidimos cobrar a presença da polícia na rua. Queremos que o Estado cumpra suas funções básicas e garanta a segurança da sociedade. Caso contrário, muitos empreendedores serão obrigados a fechar os seus estabelecimentos mais cedo. Brasília não terá mais lanchonete 24 horas, posto de gasolina aberto interruptamente, restaurante servindo na madrugada e farmácia funcionando até mais tarde. Pois o setor produtivo não colocará em risco a vida de seus clientes e funcionários. Chega a ser absurdo ouvir de um lojista que a mesma loja foi assaltada cinco vezes, mas por incrível que pareça é a pura realidade.

Entendemos as reivindicações dos policiais e acreditamos, inclusive, que a maior parte delas é justa. As forças de segurança precisam de plano de carreira, investimento e reforço. O que nós não podemos aceitar é a paralisia. Isso favorece o crime e coloca o povo contra a própria polícia. É preciso unir forças e encontrar formas de protesto que não sejam prejudiciais. O alto escalão do GDF, por sua vez, precisa dar respostas. Até aqui, o que se viu foi falta de planejamento e gestão. Essas características têm custado muito caro para Brasília e, ao que tudo indica, o cidadão irá cobrar a conta, seja do governo ou dos policiais. A fatura vence em outubro.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 03/02/2014.

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