Os profissionais com nível superior foram os que mais perderam emprego por causa da crise que afeta o Brasil, apontou levantamento produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Os administradores de empresas lideram a lista e tiveram mais de 26 mil dispensas, entre março do ano passado e o mesmo mês deste ano. Segundo a pesquisa, 39,7% dos demitidos tinham entre 30 e 39 anos.
Na seqüência, estão professores de ensino superior (21 mil demitidos), engenheiros civis (17,6 mil), programadores e avaliadores de ensino (17,6 mil) e advogados (10,6 mil). Segundo o levantamento, desde o início de 2015, o emprego com carteira assinada já acumulou o corte líquido de 1,86 milhão de vagas formais no País, provocando uma retração de 4,5% no emprego, levando o atual estoque de trabalhadores celetistas ao mesmo nível de junho de 2012 (39,4 milhões).
Entre março do ano passado e o mesmo mês deste ano, as demissões de trabalhadores com nível superior e carteira assinada avançaram 10,8%, contra uma variação de -7% na média do mercado de trabalho. O estudo apresenta dados por estado, e não por município, e considera somente empregados demitidos sem justa causa ou aqueles que tiveram o contrato de trabalho rescindido.
O levantamento mostra ainda que as demissões atingiram homens e mulheres em igual proporção. Já o corte por faixa etária revela que 39,7% dos demitidos tinham entre 30 e 39 anos. E, por região, há um predomínio natural do Sudeste em números absolutos, com 84,5 mil demissões sem justa causa (52,2% do total). Entretanto, as regiões Norte (+14,7%) e Sul (+14,1%) foram aquelas em que o processo de demissões mais se intensificou nos últimos meses.