A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que o percentual de famílias endividadas alcançou 57,9% em março de 2017, uma alta de 1,7 ponto percentual em comparação com o mês anterior. Apesar do avanço mensal, o indicador permanece abaixo dos 60,3% registrados no mesmo período do ano passado.
Inadimplência
Acompanhando a alta do percentual de famílias endividadas, a proporção daquelas que possuem dívidas ou contas em atraso também aumentou de 23% em fevereiro para 23,7% em março. “Na comparação anual, no entanto, houve queda. O percentual era de 23,5% em março de 2016”, diz a economista da CNC Marianne Hanson.
A parcela de famílias que disseram que não terão como pagar as dívidas e que, portanto, permanecerão inadimplentes aumentaram em ambas as bases de comparação. Alcançou 9,9% em março de 2017, ante 9,8% em fevereiro e 8,3% em março de 2016. Esse é o maior patamar do indicador desde janeiro de 2010, quando estava em 10,2%.
Também houve leve aumento na proporção de famílias que se declararam muito endividadas: de fevereiro para março, o percentual subiu de 14% para 14,2% do total de famílias. Na comparação anual, entretanto, houve queda de 0,1 ponto percentual. “A perspectiva menos positiva das famílias em relação ao pagamento das dívidas está diretamente associada à queda da renda e aos juros ainda elevados”, comenta Hanson.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.