A economista da CNC Marianne Hanson afirma que o desemprego ainda elevado pode ajudar a explicar a maior dificuldade das famílias em pagar suas contas em dia. “Porém, apesar da queda das taxas de juros, a contratação de novos empréstimos e financiamentos pelas famílias tem se recuperado lentamente”, explica Hanson.
Acompanhando a alta do percentual de famílias endividadas, a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso também aumentou entre julho e agosto, passando de 24,2% para 24,6% do total. Em relação a agosto de 2016, houve alta de 0,2 pontos percentuais. O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,7 dias em agosto de 2017, superior aos 63,3 dias de agosto de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,2 meses, sendo que 33,2% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 22% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores.