Em 2016, a franquia que mais cresceu no Brasil foi a do “passo o ponto”. A piada, ouvida constantemente nas rodas do setor produtivo, se transformou em uma triste realidade quando chegamos ao cúmulo de contabilizar 108,7 mil pontos de vendas extintos no País. O Distrito Federal, que sempre teve um crescimento acima da média no varejo, alcançou a marca de 2.562 lojas fechadas. Foi a 11ª unidade da Federação que mais fechou lojas no comércio varejista. Com isso, encerramos um ano que foi considerado por quase todos os analistas econômicos como um dos piores da história da economia brasileira.
Em Brasília, o endividamento das famílias, o alto custo dos aluguéis, a falta de incentivo e a crise nas contas do governo local foram fatores que impactaram diretamente no resultado do comércio. As dificuldades de caixa fizeram com que o GDF deixasse de pagar fornecedores, reajustes e até atrasasse o salário de algumas categorias. Nacionalmente, o custo de vida mais caro, o preço do crédito elevado, o desemprego e a desconfiança foram os principais entraves. Evidentemente, isso contribuiu para o cenário negativo. Em comparação com 2015, Brasília teve um acréscimo de quase 400 lojas no universo de pontos de vendas extintos.
São números desanimadores. Mas até por conta desse resultado ruim, nós temos que acreditar que 2017 será melhor. Essa crise não vai durar para sempre, isso é certo. As nossas análises indicam que este será um ano de estabilidade nas vendas do comércio. Lentamente, o consumidor vem mostrando mais confiança no emprego e na economia, principalmente com uma tendência de queda da inflação. O Governo Federal também tem procurado fazer algumas reformas. Tudo isso ajuda. Essas são boas notícias. Se as taxas de juros para os consumidores e empresários do varejo caírem, como se espera, aí então, quem sabe, nós não possamos inaugurar uma era de “procura-se ponto”? Seria mais do que necessário para o País.
Adelmir Santana
Presidente do Sistema Fecomércio-DF