O endividamento das famílias brasilienses diminuiu em março de 2020 na comparação com fevereiro. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Fecomércio-DF, o número de famílias com algum tipo de dívida na capital passou de 787.755 em fevereiro para 786.885 no terceiro mês do ano. Significa que 78,9% das famílias brasilienses estão endividadas, ante 79,1% em fevereiro. O montante de famílias com contas em atraso também diminuiu: passou de 121.274 mil famílias para 105.919 em março. Na comparação com o ano passado, o endividamento também está um pouco mais baixo. Em março de 2019, o percentual de famílias endividadas era de 80,3%.

O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, explica que os dados referentes a pesquisa do mês de março foram coletados do dia 20 de fevereiro ao dia 5 de março, pouco antes da crise causada na economia pelo novo coronavírus. Segundo ele, a pandemia deve impactar os dados de endividamento no mês de abril, já que as pessoas não estão usando cartão de crédito ou saindo de casa. Em relação aos dados de março, Maia explica que o percentual observado é alto, apesar da pequena queda no número de endividados. “Isso significa que o espaço para contrair novas dívidas é muito pequeno, o que acaba explicando a queda na proporção de endividados no DF”, informa. “Um dado positivo é a questão de a inadimplência ter diminuído, mostrando que as pessoas estão conseguindo pagar suas dívidas em atraso”, conclui o presidente da Fecomércio-DF.

O estudo mostra ainda que 1,5% dos entrevistados afirmaram estar muito endividados; 10,4% mais ou menos endividados; 67,1% pouco endividados e 21% não tem dívidas. Dentre os endividados, 41,5% disseram possuir algum tipo de dívida há 30 dias; 33% entre 30 e 90 dias e 23,9% acima de 3 meses. Em março, 91,8% dos entrevistados afirmaram estar comprometidos com o cartão de crédito. Em fevereiro o percentual era de 92,7% A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) orienta os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que utilizam o crédito como ferramenta estratégica, uma vez que permite o acompanhamento do perfil de endividamento do consumidor, com informações sobre o nível de comprometimento da renda do consumidor com dívidas, contas e dívidas em atraso, e sua percepção em relação à capacidade de pagamento.