A expectativa por um novo Brasil é grande. A população anseia por uma saída para as crises ética, política e econômica. Os investidores esperam pela retomada dos grandes projetos de desenvolvimento. E o mercado deseja a volta da prosperidade. Existe um sentimento coletivo de que é preciso virar a página. Essa compreensão se manifesta tanto nas ruas quanto no Congresso Nacional. Em maio deste ano, 55 senadores votaram a favor da admissibilidade do processo de afastamento de Dilma e 22 se posicionaram contra. Agora, os votos favoráveis à pronúncia da presidente afastada subiram para 59 e a tendência é que tudo termine com uma votação ainda maior consolidando o impeachment.
A cada sessão realizada no Congresso ocorrem sinais de aumento na confiança dos investidores, queda no preço do dólar e alta na bolsa de valores. Isso não acontece por acaso, mas por existir essa expectativa de mudança após o impeachment. O entendimento é que o governo Dilma não tem capacidade para realizar as reformas e os ajustes que o País precisa. Também existe a concepção de que as políticas e ações promovidas na última década, pela coalizão que governou o Brasil, foram as responsáveis pela deterioração do ambiente econômico, pela quebra de grandes empresas nacionais como a Petrobras, pelo aparelhamento do Estado e pelo crescimento da dívida pública.
Como se tudo isso não fosse o suficiente, ainda pesa muito contra a presidente afastada o fato de que em seu governo o Brasil viveu o maior escândalo de corrupção da história e, talvez, do mundo moderno. A Justiça dirá quem foram os responsáveis e como eles serão punidos. Paralelamente a isso, porém, o julgamento político já foi feito. A sociedade, por meio de seus representantes e de suas instituições democráticas, reprovou a gestão Dilma. A crise deu lugar ao inconformismo e o inconformismo abriu espaço para novos horizontes. É necessário agora seguirem frente e evitar os erros de antes.
Adelmir Santana , Presidente do Sistema Fecomércio- DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)