Economia à base de trocas
Por José do Egito
Um profissional oferece seu serviço e, como forma de pagamento, recebe outro serviço de seu interesse. Esse é o mote do site FaZoQuê.com, uma rede que reúne profissionais de diversas áreas baseada no consumo colaborativo e com um objetivo em comum: trocar serviços entre si, sem colocar a mão no bolso. Para o idealizador do projeto, Saulo de Sena, 36 anos, a ideia surgiu após ele assistir a uma matéria em que chefs trocavam suas especialidades na cozinha. A partir daí, o empresário e designer desenvolveu a ideia e criou um site que disponibiliza a relação dos profissionais na área do seu interesse. O usuário escolhe quem contatar e uma sala de negócios é aberta para que os dois interajam. “Queremos valorizar as relações pessoais trocando serviços de qualidade”, explica. O FaZoQuê foi criado em 2011 em versão de testes, por um grupo de amigos brasilienses que buscaram ouvir alguns usuários cadastrados e aperfeiçoaram a página. Lançado oficialmente no início de outubro, o site já possui 1.800 usuários cadastrados de todos os estados do Brasil. Para Saulo, o sucesso se deve ao fato de contemplar um estilo sustentável de troca e colaboração. “Trabalhamos a partir do conceito de consumo colaborativo. Queremos criar o hábito de ajudar e ser ajudado”, explica.
Botando banca
Por Gabriela Vieira
Brasiliense de coração, mas nascida em Manaus (AM), a jornalista Conceição Freitas sempre sonhou em ter novamente uma banca de jornais. Ela já teve uma na juventude. Agora, aos 57 anos, encontrou uma oportunidade ao se deparar com uma banca à venda na 308 Sul, conhecida como a quadra modelo de Brasília. “Embora seja um comércio como qualquer outro, a banca tem uma aura romântica, de um tempo em que se lia no papel. E em Brasília as bancas compõem as superquadras, são parte das Unidades de Vizinhança”, conta. Para aliar sua profissão de jornalista à de proprietária da banca, ela mantém a página virtual “Blog da Conceição. Um blog que banca Brasília”, e classifica o projeto como “o casamento da jornalista com a jornaleira”. Ainda em reforma, mas já aberto, o local oferece artigos relacionados à cidade, livros, revistas, souvenirs, mapas, guias, cartões postais, entre outros. Quanto ao futuro da banca, Conceição deixa livre: “a banca vai me dizer qual será o futuro dela”.
Porta voz da cultura
Por José do Egito
A revista Traços é um projeto de inserção social distribuída por moradores em situação de rua. A publicação tem como objetivo promover a inserção social por meio de sua comercialização. De acordo com o chefe de redação da revista, José Rezende Júnior, o modelo existe em mais de 120 cidades do mundo. “A intenção da nossa publicação é ocupar o espaço cultural de Brasília. Com conteúdo de qualidade, os próprios moradores são os verdadeiros fomentadores de pautas para o projeto”. O preço de capa é de R$ 5, sendo que R$ 4 ficam com o vendedor e R$ 1 pode ser utilizado para a compra de um novo exemplar, promovendo um ciclo de geração de renda. Rezende explica que inicialmente foram cadastrados e capacitados 50 interessados para integrar o projeto como vendedores, chamados por ele de “porta-vozes da cultura”. Para ele, a estratégia de venda da revista funciona e faz com que os participantes deixem de ser invisíveis na sociedade. “Isso eleva a autoestima e esperança na vida de cada um deles”, conta.