O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (17), durante o seminário “Os caminhos para a reforma da Previdência”, que todo esforço de conter gastos no primeiro trimestre do ano foi consumido pelo aumento dos gastos previdenciários. Segundo ele, alguns institutos fazem cálculos que não consideram todas as despesas da Previdência Social, e, por isso, as suas contas mostram um resultado positivo na Previdência. O presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, esteve presente no debate.
Durante o seminário, o ministro explicou ainda que há diversos argumentos contrários à reforma da Previdência Social que podem não ser verdadeiros. Ele citou, como exemplo, as afirmações de que não haveria déficit no sistema previdenciário e que com a cobrança da dívida ativa do sistema de previdência o problema estaria resolvido. “Existe um grande número de despesas da seguridade social que não estavam computadas em algumas pesquisas. Quando se considera tudo, vira um déficit enorme. Essa apresentação muda, e com o passar do tempo os números são torturados de uma forma diferente”, declarou Meirelles.
Na opinião do presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, para que o Brasil possa equilibrar suas contas públicas no longo prazo, a reforma da Previdência será necessária. “A situação é muito séria, mas a noticia boa é que podemos resolver isso de forma gradual. A reforma da Previdência trará grande economia, não no ano que vem ou em 2019, mas com o passar do tempo, e consolidar a trajetória de queda dos juros no Brasil”, declarou.
Henrique Meirelles afirmou várias vezes, durante sua apresentação no seminário, que se nada for feito neste momento, a trajetória das contas da Previdência Social será insustentável nos próximos anos. “Há outros países, e também estados brasileiros, que já estão dando sinais disso, podem ter uma previdência insolvente. Tivemos no caso da Grécia, mais recente, mas outros países já vivenciaram, a Grécia quebrou”, explicou Meirelles.