Em cerimônia realizada na sede do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), nesta terça-feira (1º), o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, entregou assinaturas coletadas pela entidade para a campanha 10 Medidas Contra a Corrupção. O objetivo é apresentar ao Congresso Nacional um projeto de lei de iniciativa popular para tornar a legislação mais rigorosa contra crimes que envolvam desvios de recursos públicos. O projeto visa a mudar o atual cenário nacional, onde o Brasil aparece entre as nações mais corruptas do mundo.
Durante a solenidade, Adelmir ressaltou que os indicadores de corrupção estão altíssimos e isso não pode continuar. Para isso, as instituições ligadas a Federação do Comércio, como o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio se engajaram no projeto para arrecadar milhares de assinaturas ao redor do DF. O jornal Alô Brasília, do empresário Hélio Queiroz, apoiou a iniciativa da Fecomércio com a divulgação da campanha publicitária no jornal e foi fundamental para ampliar o alcance da coleta de assinaturas.
“Quando recebi a visita do procurador geral do DF, Leonardo Bessa, para participar do projeto, imediatamente nós incorporamos a campanha, por convicção de que ainda existem instituições que a gente pode abraçar e dar as mãos e lutar por nossos ideais”, disse Adelmir Santana. Ele ressaltou ainda que as medidas visam fechar lacunas e brechas da nossa legislação. “Atualmente, assistimos muitas pessoas condenadas ficarem impunes e não cumprirem as penas que deveriam. Estou certo de que é apenas o início de uma caminhada, temos que continuar com essa luta, mesmo após as coletas de assinatura”, completou.
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa do MPF na operação lava jato, informou que 10% dos eleitores do DF assinaram o projeto. Em âmbito nacional, foram arrecadados 1,5 milhões de assinaturas – o número necessário para virar lei. “Isso significa que onde você estiver na capital do País uma pessoa é companheira de jornada de um País livre da corrupção e da impunidade. Isso é fruto de trabalho dos promotores do MPDFT e de todos que assinaram”, comemorou Dallagnol. “Nós teremos as mudanças que tantos almejamos se a sociedade decidir parar de ser vítima do passado para ser escritora do seu futuro. Só assim podemos ter uma sociedade justa, sem corrupção e sem impunidade”, ressaltou.
Em complemento, o procurador-geral do DF, Leonardo Bessa, elogiou o esforço de todos que abraçaram a causa. “Hoje é um dia de alegria e agradecimento, sairemos daqui com a renovação da esperança. O resultado do esforço está nos números alcançados”, agradeceu Bessa. Números do último ranking de países corruptos divulgado em dezembro de 2014 pela organização Transparência Internacional – referência mundial no estudo -, o Brasil está em 69 lugar entre 175 países.
Assinaturas
O cenário é preocupante, mas as medidas prometem reverter a realidade atual, como afirma a promotora de Justiça e coordenadora da campanha no DF, Luciana Asper. “Hoje, os grandes problemas do Brasil, como: falta de segurança pública, saúde precária e falta de infraestrutura básica têm berço na corrupção”, disse Luciana. A Fecomércio-DF coletou 6.236 assinaturas e continuará engajada na campanha. A meta agora é sensibilizar os parlamentares. No Distrito Federal, foram arrecadas 180 mil assinaturas. O DF foi a unidade da Federação campeã na arrecadação de assinaturas proporcionalmente ao número de eleitores.