A segurança pública no Distrito Federal foi tema de debate durante a manhã desta quinta-feira (10), na sede da Associação Comercial do DF (ACDF). Foram convidados representantes do comércio, da Polícia Civil, da área de saúde e do Legislativo local para discutir sobre o cenário de crimes na capital da República e a falta de investimento na área. O encontro foi promovido pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), com apoio da ACDF.
O presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, comentou a ineficiência do Estado em gerir essa área e a necessidade de se investir mais nas forças policiais. “A segurança pública é um tema que interessa a todos que tem preocupações com Brasília. O Estado tem o papel primordial de manter as forças de seguranças da capital do País, sei que custa caro, mas é preciso compreender que esse papel é do Estado. É preciso que o governo dê mais atenção às polícias, para não ficarem sucateadas e sem efetivo para atender a população”, disse Adelmir.
Adelmir ressaltou ainda que a Federação do Comércio tem uma preocupação enorme com esse tem,a que é de interesse de todas as entidades de classe do DF e da sociedade “Temos acompanhado todos os acontecimentos sobre segurança no DF. Parece até que o noticiário do dia, veiculado nos meios de comunicação da capital, é somente sobre a questão da segurança, onde trata de crimes diversos e isso nos assusta muito. Louvo a atitude de se criar uma discussão sobre assunto para encontrarmos caminhos para uma melhor assistência a todos nós brasilienses”, afirmou Adelmir.
O presidente da ACDF, Cléber Pires, disse que é importante que a sociedade, o setor produtivo e as polícias, além do Detran, se unam para diminuir o número de crimes no DF. “É uma honra poder debater esse assunto, pois falamos todos os dias da questão de segurança que afeta todos os setores de desenvolvimento da economia. Tenho um desejo de ver a iniciativa privada andando de mãos dadas com a Polícia Militar, Polícia Civil, Detran e Bombeiros, para trabalharmos juntos e preencher as lacunas que impendem o desenvolvimento da segurança no DF”, disse Cléber Pires.
Já o presidente do Sinpol, Rodrigo Franco, destacou que a Polícia Civil e a Polícia Militar precisam de mais verbas para combater o crime. Ele explicou ainda que a população cresceu muito em pouco tempo e o efetivo policial ficou estagnado, o que atrapalha o serviço das polícias. “Ao longo dos últimos anos a capital teve um crescimento populacional muito grande. Brasília era para comportar 500 mil habitantes, hoje somos três milhões, sem contar com mais um milhão de pessoas do entorno que circulam nas ruas da cidade. Entretanto, o efetivo policial não aumentou na mesma proporção, e os investimentos em segurança publica também não cresceram. Esses recursos não tem sido suficiente, dificultando a demanda de serviços”, explicou Rodrigo.
O presidente do sindicato dos policiais civis também disse que outro problema que dificulta a realização do trabalho é a falta de gestão na área de segurança. “Hoje não existe uma gestão, não conseguimos deslumbrar políticas de segurança pública eficientes, o que temos presenciado durante o atual governo são políticas equivocadas, tanto na Polícia Civil quanto na Polícia Militar”, explicou. “Temos 30% do efetivo de policiais civis trabalhando em área burocráticas, administrativas e não na área de investigação criminal, nas ruas. Precisamos de mais investimentos, mas precisamos mais ainda que a Secretaria de Segurança e o governador não desviem os policias de suas atividades de investigação”, ressaltou Rodrigo Franco.
A deputada distrital, Celina Leão, também esteve presente e fez duras críticas ao governo de Brasília e a atual secretária de segurança do DF. Segundo ela, não existe qualidade no trabalho realizado pelo Executivo quando o assunto é a segurança da população. “O que estamos vivendo no DF é uma falta de comando, temos uma secretária de segurança que não tem qualidade de trabalho e não tem o respeito das forças policiais, pois pouco conhece de segurança pública. Acredito que as forças policias não podem funcionar sem um comando”, disse. “Arrisco a dizer que estamos vivendo a maior crise de segurança que Brasília já presenciou, nunca vi as polícias do DF com tantas dificuldades”, disse Celina.
Também estiveram presentes no encontro o presidente do sindicato dos médicos do DF, Gutemberg Fialho; o presidente do Conselho de Segurança do DF, José Mendes de Alcântara; o presidente do Conselho Comunitário da Asa Sul, José Júnior; o presidente de honra da ACDF, Lindberg Cury; o deputado distrital, Raimundo Ribeiro. O presidente do Sindhobar, Jael Antonio da Silva; o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro; e o deputado federal, Izalci Lucas.