Durante o 1º Workshop de Negociação Coletiva, promovido nesta sexta-feira (13) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com a Fecomércio-SP, o professor do Departamento de Economia da USP, Hélio Zylberstajn, apresentou um panorama do cenário econômico mostrando os impactos da situação atual do País para as negociações coletivas. Segundo o professor, a taxa de desemprego no Brasil está baixa, enquanto o rendimento dos brasileiros tem aumentado. No entanto, a produtividade e o número de vagas de emprego têm caído.
“Apesar do aumento da População em Idade Ativa, a taxa de participação das pessoas está continuamente caindo desde 2011. O desemprego continuou a cair, não porque empregos estão sendo criados, mas porque temos menos pessoas no mercado de trabalho”, disse Zylberstajn. Os setores econômicos nos quais estão sendo criadas vagas de trabalho são aqueles que exigem menos formação profissional, com remuneração baixa, como comércio e serviços. Apesar disso, a tendência das negociações coletivas é proporcionar ganhos reais no salário mínimo acima da inflação. Segundo Zylberstajn, esse ganho real maior é motivado por correções no PIB, melhor organização das centrais sindicais trabalhistas e o piso estadual do salário mínimo, que é acima do piso nacional. “Em 2014, a maioria dos ganhos reais ficou entre 1,01% e 2% acima da inflação. O reajuste médio negociado pelo comércio em dezembro de 2014 foi de 7%”, afirmou.