Parque Nicolândia vive seus dias de glória com investimento em novas atrações e o filho do patriarca da família, Marcelo Márcio Gomes de Souza, à frente dos negócios
Quem é de Brasília ou mesmo mora na cidade há alguns anos conhece o parque de diversões Nicolândia. Localizado no Parque da Cidade, o centro de diversões recebe de quinta a domingo cerca de 5 mil pessoas, que se divertem nas 28 atrações. Uma delas é a roda gigante Ferri Whell, instalada em março do ano passado. De origem italiana, o brinquedo tem 40 metros de altura e à noite mostra sua imponência – com luzes neon e muita cor. Quem utiliza o parque da cidade à noite consegue vê-la de qualquer lugar. Mas nem sempre foi assim, para chegar a esse patamar, foi preciso muito esforço de uma família. A história do Nicolândia funde-se com a história da própria cidade e do seu criador, Antônio Hilário de Souza, conhecido como “Seu Nico” que chegou a Brasília em 1968. Ele trabalhava no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, mas depois do fechamento do local foi gerenciar uma rede de parques de diversões. Quando saiu, o acerto trabalhista era uma roda gigante. Aí o empresário começou uma atividade com parque itinerante. Passou por Minas Gerais, Goiás e chegou então, à capital.
“O Nicolândia é um parque familiar, começou na Rua da Igrejinha. No decorrer dos anos, a cidade foi crescendo, Brasília foi criando forma e o parque foi para o local que hoje é o Venâncio 2000. Era um parque pequeno, uma visão do seu Nico, de estar crescendo junto com a cidade. Depois foi para o lado da Torre de TV e se instalou definitivamente no Parque da Cidade. O Nicolândia faz parte da história de Brasília, uma das epopeias da cidade”, conta o empresário e filho do fundador, Marcelo Márcio Gomes de Souza.
Até a morte do Seu Nico, em setembro de 2001, o parque era administrado pelo fundador e por sua esposa, Dona Maria Gomes. “Eu e o meu irmão, Marco Antônio Gomes de Souza ficávamos nos bastidores, só observando”, revela Marcelo. O momento era de dificuldade porque não havia estabilidade de o parque permanecer no local que está até hoje. “De 2000 a 2004 a gente não tinha garantia do espaço, e como o Nicolândia era um parque que já vinha de muito tempo, a gente tinha a certeza de que o poder público estaria olhando de forma diferenciada para nossa empresa”, explica Marcelo.
E essa foi uma das maiores dificuldades da família: a regularização do espaço. “Não por culpa nossa, mas pela inoperância do poder público. Hoje nós estamos regularizados – temos apoio do Governo do Distrito Federal – que vê com bons olhos o Nicolândia. É uma parceria de gerar mais empregos e surpreender cada vez mais a sociedade” afirma. O Parque emprega hoje 110 funcionários.
A morte do patriarca foi um momento de reflexão para a família. “Pensamos que era preciso manter a tradição, continuar com esse legado. Eu cresci no parque. A gente via as famílias, muitas gerações, pais que vinham quando eram jovens e depois trazendo seus filhos. É um local que marcou, era uma referência para as famílias”, conta. A reflexão resultou em determinação. “Tivemos o ímpeto de colocar o Nicolândia no rol de melhores parques do Brasil. E hoje tenho orgulho de dizer que o Nicolândia já não é mais promessa, e o sucesso da marca é resultado de diversos fatores, como a veia empreendedora que temos, que herdamos do nosso pai, a dedicação e o conhecimento de mercado”, define. Com Seu Nico aprendeu muitas lições. “Um dos ensinamentos é você sempre deve plantar o bem, o maior retorno que temos em relação à atividade de diversão não é o financeiro, é ver a alegria das crianças, a satisfação do pai se divertindo com o filho. E sempre trabalhar com honestidade”.
Para crescer investiram em atrações novas, fizeram viagens a feiras de entretenimento, conheceram parques. “Meu pai era muito seguro na hora de investir, não gostava de fazer dívidas, não arriscava. Mas a gente arriscou muito e acreditamos que o crescimento só vem se investirmos. Foi o que fizemos. Compramos um equipamento de um fabricante do Sul do País e esse brinquedo foi o começo de tudo. Nos dedicamos e levamos o Nicolândia para a frente”, revela.
“O Nicolândia hoje é o cartão postal da cidade – a vitrine – um empreendimento à altura de Brasília. Nós nos orgulhamos de falar que crescemos e fomos criados em Brasília. É uma empresa da cidade, que cresce com ela”, explica Marcelo.
Nas próximas férias, em julho, os visitantes vão contar com uma nova atração: a Mega Drop – uma torre de 40 metros de altura que despenca com os corajosos dentro. É nesse período de férias escolares que o parque recebe mais visitantes. Por isso altera os dias de funcionamento – nos meses de janeiro, julho e dezembro abre de terça a domingo e recebe cerca de 15 mil pessoas por semana. Apesar de não apontar sua receita anual, o empresário revela que o investimento é alto. A famosa roda gigante custou R$ 3,5 milhões e aumentou a frequência no parque em 50%. “Mas para Mega Drop o investimento foi maior”, entrega. As crianças também receberão novas atrações. “Vamos continuar investindo também no público infantil – há muitas novidades para o ano que vem”, conta.
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