Após sete quedas seguidas, o índice de Confiança do Empresário do Comércio de todo o País (Icec) atingiu o menor patamar desde o início da série histórica, que começou em março de 2011. De acordo com a análise, divulgada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o índice apresentou um recuou de 14,6% em relação a fevereiro de 2014 e uma retração de 2,5% em relação a janeiro deste ano. O Icec atingiu 100,6 pontos em fevereiro de 2015, aproximando-se do campo negativo (abaixo de 100).
A principal responsável pela queda anual do Icec é a avaliação do setor com relação às condições correntes da economia. Em fevereiro, quatro em cada cinco empresários do setor (79,8%) consideram que a economia piorou. A apuração da pesquisa também indica que os empresários do comércio devem investir menos. Para 47,1% dos entrevistados, o realinhamento do setor ao menor ritmo de crescimento das vendas implica em menos contratações.
De acordo com o economista da CNC, Fábio Bentes, esse resultado é reflexo do desaquecimento da economia em todo o País. “O encarecimento do crédito e os reajustes de tarifas públicas, além da queda nas vendas e da intenção de consumo das famílias, reflete o atual cenário da confiança dos empresários do Brasil”, explica Bentes. Ele também alerta que existe uma expectativa de melhora na confiança em curto prazo.
A desaceleração do mercado de trabalho, o encarecimento do crédito e a inflação ainda elevada levaram a CNC a revisar a previsão do crescimento do volume de vendas de 2,4% para 1,7% ao final de 2015. Confirmada a projeção, esse seria o pior resultado dos últimos 12 anos – em 2003 o volume de vendas do varejo caiu 3,7%.