O produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2017 na comparação com os três primeiros meses deste ano. Esse resultado representa a primeira alta após 12 baixas seguidas. Na comparação com o mesmo período do ano passado o PIB também teve variação positiva e cresceu 0,3%. É o que informa dados divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última vez que o PIB do País ficou positivo foi no primeiro trimestre de 2014, quando teve avanço de 3,2%.
Os setores de comércio e serviços tiveram uma grande influência para que o resultado fosse positivo, registrando crescimento de 1,9% e 0,6%, respectivamente. O setor de serviços teve seu melhor desempenho desde o terceiro trimestre de 2013, quando também teve crescimento de 0,6%. Já o comércio interrompeu um ciclo de nove trimestres consecutivos de quedas.
Na opinião do economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes, o resultado nos segmentos não foi um surpresa, já que as condições de consumo entre abril e junho foram mais favoráveis do que em meses anteriores. “Os consumidores contaram com um crédito mais acessível, a inflação perdeu força, além do mercado de trabalho que está mais aquecido e o estímulo dos saques das contas inativas do FGTS, que injetaram R$ 10,8 bilhões no comércio”, explica Bentes.
Para os próximos trimestres Fábio Bentes alerta que a economia terá um desafio para manter o patamar positivo. Segundo ele, é necessário que o mercado de trabalho continue reagindo positivamente, pois a economia não poderá contar com a ajuda do FGTS, que deu um fôlego a mais nesse último trimestre, diz Bentes.
Com os resultados positivos, a CNC elevou a sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2017, de 0,6% para 0,8%. Segundo Bentes, mesmo se a economia não crescer na segunda metade do ano, um cenário pouco provável, de acordo com o economista, os avanços já registrados garantiriam uma variação positiva de 0,5% para 2017.