A maioria dos empresários dos setores de comércio e serviços do Distrito Federal acredita que venderá menos no Natal deste ano quando comparado ao resultado do ano passado. Pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio mostra que 54,6% dos comerciantes apostam que em dezembro deste ano os negócios serão menores do que em 2014, enquanto 22% esperam vendas iguais e 23,3% acreditam em vendas maiores. De acordo com a estimativa de vendas para o Natal de 2015, o índice aponta uma queda de -7,28% em relação ao ano anterior.
Para realizar esta pesquisa, o Instituto Fecomércio pesquisou 12 segmentos entre lojas de ruas e de shoppings, totalizando 313 empresas consultadas. Por segmento, o único otimista foi o de perfumaria (1,93%). Os segmentos que esperam queda nas vendas em relação a 2014 são: vestuário (-12,94%); chocolataria (-11,83%); móveis/decorações (-10,50%); calçados (-8,86%); livraria (-8,20%); eletroeletrônico (-8,00%); supermercados/hipermercados (-7,74%); lojas de brinquedos (-7,17%); loja de departamento (-6,11%); material esportivo (-4,60%) e bares/restaurantes (-4,10).
Ampliando a análise, o Natal deste ano deve movimentar R$ 31,76 bilhões e gerar 138,6 mil vagas temporárias em todo o País. Porém, a expectativa de vendas no Brasil, em 2015, é de um declínio de -4,8%, primeira queda em 11 anos. De acordo com o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, esse cenário demonstra as grandes dificuldades enfrentadas pelos empresários ao longo do ano. “O Natal é a principal data comemorativa para o comércio. Esses dados mostram que os comerciantes venderão, mas serão vendas menores do que nos anos anteriores. Isso porque os juros ao consumidor estão em níveis recordes, o crédito está contido e a inflação continua crescendo”, explica Adelmir Santana.
Além disso, ele aponta que os brasilienses deverão usar boa parte do 13º salário para pagar dívidas e ajustar as contas, ao invés de gastar com presentes. O preço médio do presente vai variar de acordo com o segmento, mas a média ficará em R$ 170,35, conforme a pesquisa.
Consumidor
A maioria dos consumidores brasilienses está disposta a comprar presentes para comemorar o Natal. É o que mostra pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio. O levantamento ouviu 402 pessoas entre 18 e 60 anos. De acordo com o estudo, 69,7% dos entrevistados têm a intenção de comprar produtos para o Natal, 22,9% não tem intenção de comprar, 7,5% ainda não sabem se gastarão com presentes. Entre os motivos declarados pelos clientes que não pretendem realizar compras no Natal, 52,2% apontaram a “dificuldade financeira” como o principal obstáculo. Mas o destaque está na elevação de pessoas que justificaram que não irão comprar devido ao desemprego, subindo de 1,6%, em 2014, para 32,6% das respostas em 2015.
A maioria dos consumidores que irão às compras pretende gastar com vestuário (60,0%); calçados (37,9%); perfume (27,9%); eletroeletrônicos (21,1%); brinquedos (18,9%); bolsa (13,2%); relógio/óculos (11,4%); livro (11,4%); artigos esportivos (4,3%); chocolates (2,1%); flores/cesta (1,4%); bicicleta (0,4%); e jogos de vídeo game (0,4%). A maioria dos entrevistados (89,4%) pretende comemorar o Natal. Quanto ao local escolhido para comemoração, a casa dos pais foi a opção mais votada (32,5%); seguida pela festa na própria residência (28,9%); na casa de parentes (26,7%); na casa de amigos (9%); e na igreja (2,9%).
O gasto médio estimado com presentes e/ou confraternizações pretendidos pelos consumidores, que declararam intenção de compras, é de R$ 425,41. A maioria pretende pagar com dinheiro (60,3%); seguido por cartão de crédito (50,5%), cartão de débito (33,9%), e cheque pré-datado (0,4%). As promoções e a qualidade do produto são os atrativos de maior poder sobre os consumidores.