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Comércio amarga falta de moeda em circulação para dar troco aos clientes

A falta de moedas no comércio de Brasília tem gerado dificuldades para clientes e comerciantes. Esquecidas no fundo das gavetas, bolsos ou cofrinhos, elas fazem falta no mercado e são responsáveis até por mudanças nos preços. Isso porque os empresários acabam adotando a estratégia de arredondar os valores dos produtos para cima. Para ter moedas no caixa, supermercados, padarias, lojas de conveniência e restaurantes têm apelado para promoções. Entre elas, está a troca de moedas por caixas de bombons, por exemplo. Alguns comerciantes chegam a fazer acordo com flanelinhas conseguir trocar as “pratinhas”.

Neste ano, o Banco Central disponibilizou 433 milhões de unidades de novas moedas de todos os valores. O órgão estima que estejam em circulação 23,6 bilhões de unidades de moedas ou R$ 5,9 bilhões em valor, o que corresponde a R$ 28 em moedas para cada brasileiro. Ainda de acordo com dados do Banco Central, embora a produção de moedas, desde 2014, tenha sofrido a necessidade de redução, o problema tem sido administrado por meio dos estoques disponíveis em todo o país. Em 2015, o Banco Central voltou a receber moedas novas produzidas pela Casa da Moeda. Essas moedas vêm sendo disponibilizadas para os bancos à medida que são produzidas. O objetivo é atingir em 2015 um bilhão de novas moedas em circulação.

Na opinião do presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, existe uma cultura entre os brasileiros de guardar as moedas por um longo período, o que atrapalha a circulação de dinheiro no mercado e cria uma série de problemas para o comerciante e para o consumidor. “O entesouramento de moedas, quando a pessoa acumula um número grande de dinheiro, é um dos fatores que mais prejudica a circulação do troco nos mercados. Isso acarreta no arredondamento do valor do produto por parte dos comerciantes e algumas vezes o cliente acaba não comprando por não ter o dinheiro trocado”, enfatiza Santana. Para ele, é necessário criatividade por parte do empresário que deve criar campanhas para arrecadar moedas e fazer com que o consumidor “quebre seu cofrinho”.

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF, Edson de Castro, a tradição de economizar fazendo cofrinhos, é uma das causas das poucas moedas em circulação. “Moeda vai ser sempre uma peça que vai para o cofrinho. Todo pouco dinheiro é guardado automaticamente”. Apesar desse hábito do brasileiro ser de valores pequenos, no total, o impacto à economia é grande. “Com uma economia já deslizando, não dá para brincar. Existem, inclusive, campanhas em lojas para que as pessoas façam essa moeda circular”, exemplificou. Para ele, o principal setor que consome moedas são os supermercados. “Eles têm o péssimo hábito de usar os preços em centavos”, explica.

//Criatividade para o troco

Do outro lado do balcão, nem mesmo a amizade com a clientela tem sido suficiente para suprir a falta de moedas no comércio. Segundo a comerciante Queliane Rosa, dona do Restaurante Don Giovanni, localizado no Setor Comercial Sul, o cliente acha que a culpa é do comerciante. “Isso gera um constrangimento na hora de dar o troco.” Para ela, a criatividade tem ajudado a enfrentar períodos mais complicados, mas não resolve o problema da falta de moedas em circulação. Ela garante que se vira como pode para evitar transtornos com o cliente. “Oferecemos descontos e até pedimos ajuda aos flanelinhas com o fornecimento de moedas”, conta.

Para minimizar a falta de troco, o supermercado Big Box da 402 Norte, está realizando uma campanha criativa. Cada cliente que levar um valor acima de R$ 150 em moedas ganha uma caixa de bombom de 400g. “Internamente nossos funcionários são orientados a solicitar moedas aos clientes, mas como nem sempre surte efeito, adotamos esse tipo de promoção para solucionar o problema”, explica o gerente de vendas da loja, Antônio Costa. De acordo com Antônio, já foram realizadas 90 trocas de caixas de bombons. Além disso, ele garante que a campanha é uma alternativa que funciona. “A promoção desperta no cliente o interesse em trocar as moedas do cofrinho”, explica.

A falta de “pratinhas” no comércio vem sendo agravada pelos recursos modernos de pagamento. Para o balconista de uma loja de conveniência que funciona como correspondente bancário, no Setor Comercial Sul, Marcelo da Silva, é crescente o número de pessoas que usam cartões de crédito e débito no pagamento de suas contas e faturas. “Acredito que isso acaba contribuindo para a falta de moedas em circulação, o que é um problema para nós comerciantes”, explica.

Marcelo conta que essa situação piorou nos últimos três meses, fazendo com que ele recorra, inclusive, ao cobrador de ônibus. “Quando eu venho trabalhar, sempre tento trocar dinheiro com o cobrador. A maior dificuldade está nas moedas de R$ 0,10 e R$ 0, 25”, afirma.

 

 

 

 

 

 

 

 

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