O Brasil amanhece mais uma vez diante de um cenário de incertezas. No meio dessa crise, também é importante falar sobre o papel da capital da República. A cidade concebida por Juscelino Kubitschek para ser o centro das mais altas decisões nacionais completará 56 anos nesta quinta-feira, dia 21 de abril. Mais do que servir de sede para os Poderes constituídos, o passado nos mostra que os alicerces da criação de Brasília foram fincados na busca pela integração nacional. Em um momento de profundas divisões políticas, talvez essa seja a melhor fonte de inspiração para que possamos reunificar o País.
O exemplo de Brasília evidencia o antigo desejo de Juscelino Kubitschek de unir o Norte ao Sul do País, povoando o interior e inaugurando uma era desenvolvimentista. A construção da nova capital deixou uma mensagem de otimismo. A partir dali ninguém poderia duvidar da capacidade brasileira de transformar a realidade. Se uma cidade moderna poderia ser erguida no meio do nada em pouquíssimo tempo, avançar 50 anos em 5 não seria impossível. Hoje, a nação está atrasada. Muitos desejam separar o Brasil entre “coxinhas” e “petralhas”, como se este fosse o único retrato da população. No coração de Brasília, muros são erguidos. E a desconfiança só aumenta. Esse, definitivamente, não é o caminho para o progresso.
Ninguém pode dizer ao certo o que acontecerá com o Brasil. Mas a história nos lembra que é preciso derrubar as grades que impedem o desenvolvimento, acabar com o abismo social entre pobres e ricos e diminuir as distâncias econômicas. Isso vale tanto para a realidade entre o Plano Piloto e suas cidades vizinhas, quanto para a realidade entre o Distrito Federal e o Entorno. O projeto de Brasília é a prova inequívoca da capacidade realizadora dos brasileiros. Na semana do aniversário da cidade, o mínimo que podemos esperar é que os nossos políticos honrem o legado da capital federal e se concentrem em reerguer o Brasil.
Adelmir Santana é Presidente do Sistema Feomércio-DF