Na contra mão da crise, o brasiliense não abre mão de uma boa diversão. Desembolsar R$ 500 para participar de uma festa, R$ 200 em um show, assistir a um filme por R$ 60 em uma sala XD, é rotina para quem procura por diversão em Brasília. É cada vez mais comum festas de renome e produtores badalados apostarem na capital. Seduzidas pelo potencial de uma cidade que possui a maior renda per capita do País, produtoras de shows e festas não deixam de apostar na cidade.
Fundada em 2004, a produtora de shows e eventos, R2 Produções, é conhecida por realizar eventos como SuRReal, Praia, Calourada UniCeub, Muv Festival e Bloco do Primeiro Beijo, em que recebem de mil a 500 mil pessoas. Os valores dos ingressos podem chegar a R$ 2 mil na porta, e os empreendedores têm uma margem de lucro de 30%.
Para quem pensa que o desempenho da economia nacional pode desmotivar os empresários do setor está enganado. “Na crise, as pessoas cortam bens de valor alto, como carro e apartamento. Mas o entretenimento, apesar de não ser necessidade básica, é semanal: se a semana foi boa, a pessoa sai para comemorar. Se foi ruim, vai afogar as mágoas. Então, não vimos queda”, comenta Rick Emediato, diretor de criação da R2 Produções. “O mercado de Brasília está mais forte agora, porque a cidade possui poucas casas noturnas.”
Com muita sofisticação e criatividade, a festa SuRReal, novo sucesso da R2 Produções, reuniu mais de 5 mil pessoas na Torre Digital, em abril. Inspirada na estética do surrealismo, a produtora, em parceria com o cenógrafo Andrey Hermuche, usou na decoração elementos inusitados como unicórnios de cor magenta e branco, proporcionando ao público um clima jamais visto em festas brasilienses. “Ela é uma festa para ficar na imaginação das pessoas”, explica Rick. Para quem comprou o ingresso antecipadamente, os valores ficaram entre R$ 100 e R$ 500.
// Música eletrônica e cinema
Para os que gostam de noites mais agitadas a capital tem oferecido festas com música e shows tão diversificados quanto a população: tem samba, jazz, rock, pop, sertanejo, música eletrônica, salsa e chorinho. Diferentemente de outros centros urbanos, a noite em Brasília não começa de madrugada.
O produtor de eventos Rafael Freire, 39 anos, é especializado em atender ao público que gosta de festas ao som de músicas eletrônicas. Em Brasília, ele é um dos responsáveis por realizar o Federal Music, principal festa eletrônica do DF que traz DJs internacionais e reúne mais de 40 mil pessoas. O preço do ingresso no festival é vendido por lote. Começa com R$ 70 pista, camarote R$ 110 (feminino) e R$130 (masculino), podendo chegar a R$ 100 a pista, e R$ 170 o camarote. Há 23 anos no ramo de eventos, Rafael sabe bem como agradar seu público. “Esse público está acostumado a frequentar os melhores lugares com segurança e diversão. Eles querem cada vez mais exclusividade no tratamento e exigem um alto padrão de atendimento”, conta Rafael.
Outro setor que não sofre nem um pouco com a crise é o das salas de cinema. Muito procurada pelo público brasiliense, as salas com poltrona XD fazem parte de mais um opção de lazer. Elas contam com um recurso que oferece comandos que buscam capturar todos os movimentos e sensações dos filmes e baseia-se em agitações e vibrações repentinas dos assentos. O custo para se divertir na poltrona especial varia entre R$ 54 durante a semana e R$ 60 aos finais de semana e feriados.
De acordo com a diretora de marketing da Cinemark, Bettina Boklis, durante os fins de semana, as salas chegam à lotação máxima. Segundo ela, o cinema é uma das formas de entretenimento mais acessível que existe, e por isso não sente tanto os reflexos da crise. “São opções extremamente viáveis ao público. E eles gostam desse tipo de opção de lazer como as poltronas D-BOX, que possuem ajuste individual de velocidade. Ela permite que o público controle a intensidade dos movimentos”, diz Bettina.
Por José do Egito