Em pouco mais de um ano, 18 secretários de Estado foram desligados ou deixaram o governo de Brasília. Essas trocas constantes de gestores sugerem, pelo menos, duas constatações: estamos diante de um cenário de instabilidade administrativa e está ocorrendo uma dificuldade em formar uma boa equipe. Além disso, disputas políticas, incompatibilidades e outros tipos de pressões têm contribuído para desgastar o Executivo local. Independente do motivo, o fato é que as constantes alterações no primeiro escalão do GDF têm atrapalhado o desenvolvimento da cidade e precisam ser superadas.
Não se trata, obviamente, de deixar um profissional incompetente no cargo. Mas é o caso de buscar gestores experientes, acostumados com crises, que tenham relação com Brasília e dominem a sua área de atuação. Não por acaso, a pasta mais crítica do governo, a da Saúde, está no seu quarto secretário. Assim é muito difícil dar continuidade a uma política pública. Outra área considerada essencial, a de Segurança, está com o terceiro titular. Coincidentemente ou não, a população está insegura. O DF registrou nos últimos dias uma das fugas mais emblemáticas da Papuda. A lista de substituições continua nas Relações Institucionais, na Fazenda, na Justiça e por aí segue. Nem os nomes mais próximos do governador se mantiveram. Houve troca na Casa Civil e na chefia de gabinete.
Outro dado que chama a atenção é a mudança de postura. Essa gestão começou com promessas de redução de gastos. Agora, anuncia a criação da secretaria de Esporte, Turismo e Lazer e a secretaria das Cidades. São mais dois novos órgãos para a conta do cidadão. No nosso entendimento, isso demandará mais despesas e mais burocracia. Volto a dizer que é preciso deixar os interesses políticos de lado e privilegiar os interesses coletivos. Sabemos que os desafios são grandes. Por isso mesmo, é necessário coragem para romper com o passado e governar de olho no futuro de Brasília.
Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomércio-DF