Credibilidade é um ativo fundamental no mundo dos negócios. Você não fecha um acordo sem que haja uma relação de confiança entre as partes. Os envolvidos devem honrar as cláusulas estabelecidas em contrato. É esse compromisso que determinará a longevidade de uma sociedade empresarial. Ao procurar o setor produtivo brasiliense para estabelecer parcerias público-privadas, o que se espera do governo é que cumpra com o prometido. Tenho certeza de que se os editais de licitação forem claros, corretos e justos, com as devidas garantias de que o Poder Público fará a sua parte, não faltarão empresas interessadas em investir em Brasília.
O governo do Distrito Federal está absolutamente certo em abrir para a iniciativa privada a exploração comercial de espaços como o Estádio Nacional, o Centro de Convenções e o Zoológico de Brasília. Inclusive, essa era uma reivindicação do empresariado. O Estado não é especialista em administrar centros de esporte, cultura e lazer, tampouco essa é a sua finalidade primordial. Arcar com a gestão e o custo de equipamentos públicos onerosos não deve ser uma missão do governo, ainda mais em tempos de crise econômica. A iniciativa privada pode fazer o mesmo trabalho com muito mais competência e economia.
Além disso, as parcerias significarão uma fonte de lucro para o GDF, que poderá ampliar os investimentos em áreas necessitadas. Não faz sentido, portanto, que o Poder Público tenha que se endividar para comprar comida de jacaré ou cloro para piscina. Tenho certeza que os brasilienses receberão um atendimento melhor quando esses equipamentos passarem para administração especializada. O que não se pode perder de vista, sob pena dessa relação fracassar, são os interesses da população – para que os espaços continuem acessíveis -, e a segurança jurídica dos contratos, evitando que as empresas sejam penalizadas com calotes ou rompimentos unilaterais, como já ocorreu em um passado pouco distante.
Adelmir Santana é presidente do Sistema Fecomércio DF.
