fbpx

Pouco para comemorar

por acm

O clima não é de festa. Novamente, o aniversário de Brasília será ofuscado por uma crise. Mais uma vez, uma forte instabilidade administrativa abala o governo do Distrito Federal. Desde o início dessa gestão os seus componentes têm encontrado dificuldades em colocar a máquina pública para funcionar. Greves de servidores, ingerências políticas e trocas de secretários têm sido uma constante. O fato é que já se foi quase um ano e meio de mandato e o quadro apenas se agravou. É preciso encontrar soluções. Ou melhor, com o “novo governo” inaugurar de uma vez por todas esse novo caminho.

A sensação dos brasilienses é de abandono. Nenhuma das áreas consideradas prioritárias está funcionando de forma adequada. No campo da segurança, poucas vezes Brasília passou por um momento tão crítico como agora. A ironia é que existem policiais, mas uma minoria não quer trabalhar e contamina o restante. Os comandantes, ao que parece, não têm conseguido estabelecer uma linha de comando. Estão sendo abatidos, um a um, pela escalada da violência e por uma verdadeira inércia administrativa.

A Polícia Militar já está no seu terceiro comandante-geral. A Polícia Civil teve quatro diretores, sendo que um atuou interinamente e outro saiu após ser flagrado em vídeo dizendo que o governador deixaria o cargo num camburão – uma afirmação sem propósito. A chefia do Corpo de Bombeiros também passou por mudanças e a própria Secretaria de Segurança teve seu comando renovado depois dos primeiros 100 dias de governo. Antes de mais nada, o troca-troca indica uma incapacidade de escolha ou a falta de controle sobre as forças policiais.

O mesmo quadro se repete na educação, na saúde e nos transportes. Os professores deflagram uma greve de mais de 30 dias. Eles pressionam a Secretaria de Educação, que está no seu segundo secretário. Enquanto isso, a erradicação do analfabetismo, a construção de creches em todas as regionais e a democratização das escolas não sai do papel. Na saúde, os médicos denunciam as más condições de trabalho. Os brasilienses sofrem nas filas dos hospitais, expostos a um serviço extremamente precário. O que havia dito o candidato, se eleito governador? Que ele mesmo, como médico, em 100 dias resolveria o problema. Não resolveu.

Agora, integrantes de peso do governo federal assumem postos na administração do DF. O novo secretário da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, promete adotar um rigoroso plano de metas, com prazos e práticas rotineiras. Esperamos que funcione. Por enquanto, mais um escândalo vitimou uma autoridade local. O chefe de gabinete do próprio governador deixou o posto, acusado de manter uma suposta ligação com o grupo criminoso de Carlinhos Cachoeira. Outras denúncias continuam a surgir. Desse jeito, não há muito que comemorar. Não enquanto Brasília estiver debaixo de crise. É preciso governar.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília – 16/4/2012

 

Brasília, 16 de Abril de 2012

 

Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF

 

Olá! O nosso site usa cookies e, portanto, coleta informações sobre sua visita para melhorar nosso site. Por favor, consulte nossa página de política de cookies e  para mais detalhes ou concorde clicando no botão 'Aceitar'.

Configurações de cookies

A seguir, você pode escolher os tipos de cookies que permite neste site. Clique no botão "Salvar configurações de cookies" para aplicar sua escolha.

FunctionalNosso site usa cookies funcionais. Esses cookies são necessários para permitir que nosso site funcione.

AnalyticalNosso site usa cookies analíticos para permitir a análise de nosso site e a otimização para o propósito de usabilidade.

Social mediaNosso site coloca cookies de mídia social para mostrar conteúdo de terceiros, como YouTube e Facebook. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

AdvertisingNosso site coloca cookies de publicidade para mostrar anúncios de terceiros com base em seus interesses. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

OtherNosso site coloca cookies de terceiros de outros serviços de terceiros que não são analíticos, mídia social ou publicidade.