Adelmir Santana, presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)
Apesar de Brasília estar completando 58 anos de fundação, já enfrenta desafios típicos de grandes metrópoles, como Rio de Janeiro e São Paulo. Escassez de água, superpopulação, falta de manutenção das vias, viadutos e pistas, desemprego, violência em níveis alarmantes, mobilidade deficitária são alguns desses obstáculos.
Entre 2012 e 2014, em uma iniciativa inédita e inovadora, a Fecomércio DF promoveu uma série de debates entre especialistas convidados para discutir vários dos principais problemas e propor soluções para o DF. Sem conotação partidária ou ideológica, foram ouvidos urbanistas, arquitetos, geógrafos, economistas, policiais, professores, médicos, cientistas sociais, entre outros. Também participaram das discussões os empresários, diretores, presidentes de sindicatos, assessores e dirigentes do Sistema Fecomércio DF. O resultado desse esforço foi reunido no livro Brasília 2015, entregue ao governador. Desde então, poucas situações mudaram. Nossos governantes se preocupam, há décadas, mais em resolver de maneira imediatista o que é demandado, sem projetos em médio e longo prazo.
O outro perfil da nossa cidade vem de uma nova maneira de se relacionar com os espaços públicos, de uma economia criativa pulsante, de iniciativas que fazem a capital ser um dos principais polos gastronômicos do País, celeiro cultural e, apesar de tudo, ainda referência no que se refere à civilidade, como respeitar a faixa de pedestres e não buzinar nas vias.
Meu desejo é que iniciativas exitosas da sociedade, dos empresários, que rompem barreiras econômicas e sociais se multipliquem, que as discussões pertinentes ao desenvolvimento de Brasília não sejam retomadas apenas nos anos eleitorais e que possamos nos orgulhar do fato de morarmos e pertencermos a uma cidade não só projetada, mas também desenvolvida, democrática e igualitária.