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Patrimônio cultural

por acm

Adelmir Santana

Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.

Ariano Suassuna disse certa vez que gostaria de ser João Grilo, um dos personagens da sua clássica peça Auto da Compadecida, escrita em 1955 e reconhecida como um marco da literatura brasileira. Queria dizer com isso que desejava ser uma pessoa astuciosa, porém se considerava mais parecido com Chicó, um sujeito sonhador e dedicado a seguir a própria imaginação. Terminou a mesma sentença afirmando que, na verdade, era uma mistura dos dois, com uma predominância de Chicó. Ou seja, falava mais alto em sua personalidade o hábito de fantasiar.

A fantasia de Suassuna sempre incluiu grandes doses de realismo, sobretudo inspirada no sertão nordestino. Ao idealizar oMovimento Armorial, com outros intelectuais, procurou colocar no mesmo patamar de valor a arte popular e a erudita. Foi, ao mesmo tempo, um dramaturgo, poeta, professor, mestre e líder cultural. Podemos dizer que o Brasil deve a ele boa parte da preservação de sua cultura e brasilidade. Como presidente do Serviço Social do Comércio no DF, tenho orgulho em dizer que me inspirei em seus ensinamentos para estabelecer parte da nossa linha de atuação, com foco na defesa da cultura popular e na descentralização dos espetáculos.

Até a primeira quinzena deste mês, o Grupo de Pesquisa Cênica do SESC-DF, dirigido por Rogero Torquato, ainda apresentava gratuitamente a peça Auto da Compadecida pelas praças brasilienses. Realizamos sete espetáculos, em diferentes cidades, com uma média de público de 400 pessoas por encontro. Antes mesmo do falecimento de Suassuna, já havíamos programado novas apresentações para o segundo semestre deste ano, inclusive levaremos essa adaptação para Porto Velho, durante o Festival de Teatro de Rua, em agosto. O sentimento no SESC, agora, é de luto e saudade. Fica também uma certeza: assim como esse grandemestre defendeu a cultura brasileira, é necessário preservar o legado de Ariano Suassuna, um dos maiores patrimônios desse País.

Publicado originalmente no Jornal de Brasília 28/07/2014.

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