Os candidatos a governador do Distrito Federal terão um desafio extra nestas eleições. Antes de tudo, eles precisarão conquistar a atenção do eleitorado e motivar o cidadão a participar do pleito, tamanho é o descrédito da população com a política e com os seus representantes. A Federação do Comércio está preocupada com essa realidade, principalmente por entender que não existe democracia sem a participação popular e não há representação política sem o voto. Por isso, nós temos apoiado ações que sirvam para estimular o debate eleitoral, para conscientizar candidatos e eleitores e, sobretudo, incentivar novas práticas políticas.
Hoje, o que mais chama atenção nesta disputa são os altos índices de rejeição dos candidatos e o elevado número de pessoas dispostas a não votar em ninguém. Em boa parte dos cenários, o percentual de cidadãos insatisfeitos é maior do que o percentual de votos dos concorrentes. Isso é um reflexo da crise ética e moral pela qual o Brasil atravessa e resultado do enorme distanciamento entre os postulantes a cargos públicos e a sociedade. É uma rejeição à velha política, construída com base no toma lá da cá, em alianças escusas e discursos vazios. Para piorar, os escândalos de corrupção afundaram o País e deixaram os eleitores desacreditados.
Para recuperar a confiança da população, os candidatos precisam voltar a fazer política com P maiúsculo, focados no interesse coletivo e no bem comum. Não podem insistir em conchavos eleitoreiros ou colocar nomes acima de compromissos. Devem discutir os problemas da cidade com seriedade e sem demagogia. Apresentar propostas concretas, factíveis e coerentes. Primar pelo debate amplo e qualificado, distante das ofensas e das claques. Acredito que se as eleições de 2018 forem tratadas dessa maneira, de forma séria, o resultado final será positivo. Mas, para construir novas práticas, volto a afirmar, é preciso se afastar das antigas e estar em sintonia com as escolhas livres dos cidadãos.
Adelmir Santana, presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)