O governador Rodrigo Rollemberg iniciou o governo com um time forte de secretários. Um grupo em particular foi batizado de “quarteto fantástico”, por estar à frente de secretarias fundamentais dentro do Buriti. Integrava esse núcleo o chefe da Casa Civil, Hélio Doyle; o secretário de Gestão Administrativa, Luiz Paulo Vogel; o secretário de Fazenda, Leonardo Colombini; e a secretária de Planejamento, Leany Lemos. Passado oito meses, só Leany permanece na equipe. Também deixou o cargo o secretário de Trabalho, Georges Michel. Além disso, houve mudanças na Saúde, na Polícia Militar, na Ciência e Tecnologia e em outros órgãos.
Independente do motivo da saída ou substituição dos secretários é evidente que essas trocas, em tão pouco tempo, criam um clima de instabilidade administrativa. Para a população, fica a sensação de que alguma coisa não vai bem. E de fato a situação não é boa. Mas, é necessário que se diga, a crise é nacional e já se anunciava há pelo menos dois anos, quando o endividamento começou a explodir, a indústria passou a apresentar sinais negativos e os preços foram represados. Piorando ainda mais o quadro local, os brasilienses foram surpreendidos com um rombo tão grande nas contas públicas que ainda hoje se discute qual o tamanho do buraco.
Tudo isso só comprova como o desafio é grande. Por isso mesmo, não deve haver espaço para mudanças constantes de gestores. É preciso ter uma equipe coesa e eficiente. Não sou daqueles que aposta no terror e diz que não há solução. Prefiro dizer, sim, que é o momento de avançar. Creio que Rollemberg deve aproveitar a oportunidade para reduzir ainda mais as secretarias e esse Estado paquidérmico. Isso traria mais agilidade e economia e serviria como uma prestação de contas. Realizar esses cortes, porém, requer coragem para romper com uma das piores práticas políticas, o “toma lá, dá cá”, e resistência para não ceder às pressões dos grupos interessados apenas em lotear o governo. É a hora de vencer esses obstáculos.
Por Adelmir Santana
Presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)