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Lições da iniciativa privada

Quem atua ou lida com o setor empresarial sabe: a iniciativa privada costuma não perdoar erros. Quando falta algum produto na prateleira de um comerciante, por exemplo, o cliente reclama, com razão. Na maioria das vezes o efeito disso é a perda imediata da venda. Em casos extremos perde-se até o próprio consumidor para a concorrência e a empresa tem a sua credibilidade abalada. Tudo isso está relacionado à gerência e planejamento. E engana-se quem pensa que na esfera governamental a situação é muito diferente. Não é. Na verdade, é ainda mais grave.

No plano privado, trata-se, sobretudo, de satisfazer o cliente com a oferta de um bom produto ou serviço. As empresas investem pesado no relacionamento com o consumidor para se aproximarem do seu público-alvo e obterem assim os retornos esperados em termos de faturamento e imagem. Na administração pública, também é imprescindível cuidar do atendimento. Neste caso, é preciso governar para o povo, com foco no bem estar da coletividade. O interesse público deve vir sempre em primeiro lugar. Na maioria das vezes, inclusive, este deve ser o único interesse em vista.

Quando o cidadão não tem acesso a um sistema de saúde, educação, segurança e transporte de qualidade, ele está sendo, na verdade, mal atendido. Esses serviços, considerados essenciais para qualquer ser humano, não podem falhar ou entrar em colapso, sob o risco de comprometerem a vida de milhares de habitantes. Ao longo de 2011, nós assistimos na esfera nacional e local, a certa inércia na gestão dos aparelhos públicos, além de escândalos de corrupção em convênios firmados com organizações não governamentais para a realização de atividades que são consideradas de obrigação do Estado.

A expectativa para 2012 é a de muitas realizações em todo o Brasil. Não fará mal aos nossos governantes se eles adotarem uma postura mais empreendedora. Para isso, novamente, planejar é preciso. E colocar o plano em prática também. Esperamos que sejam feitas as intervenções necessárias para o País crescer. No Distrito Federal, particularmente, um longo percurso deve ser percorrido. Não precisa necessariamente ser um novo caminho. O que precisa é tirar os projetos do papel e colocar a máquina pública “para andar”.

Quando você observa um negócio bem-sucedido é porque alguém, algum dia, empreendeu de forma corajosa. Nossos governantes devem fazer o mesmo agora. Faço essas observações sem carregar nenhuma bandeira partidária. Encaro como um dever cívico. Quando for o momento, nós também iremos elogiar. Por enquanto, minha posição é crítica, mas sempre em defesa da cidade e do Brasil. Imaginem quando tivermos uma população bem capacitada e uma prestação adequada de serviços. Aí, ninguém segura esse País.

*Publicado originalmente no Jornal de Brasília – 30/01/2012

Brasília, 30 de Janeiro de 2012

Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF

 

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