Adelmir Santana
Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal.
A palavra é mudança. Esse foi o termomais repetido pelos candidatos durante a campanha eleitoral.Também foi a expressão mais utilizada pelos marqueteiros nas peças publicitárias da eleição. Passadas as disputas, o recado das urnas é claro: a sociedade espera dos governantes uma nova postura, fundamentada, sobretudo, em princípios éticos e morais. O povo clama por transparência e pela realização das reformas capazes de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos pelo Estado. Quem pensa que as manifestações de rua não serviram para nada, se engana. Muito ainda está por vir.
No DF, pela primeira vez a cidade será governada por um partido da chamada “terceira via”. Após décadas de embates entre rorizistas e petistas, foi quebrada a dicotomia dos azuis e vermelhos. Isso representa, realmente, uma novidade na política local. Caberá ao governador eleito a difícil tarefa de formar uma maioria sem lotear o governo, baseada em critérios técnicos e não em estratégias eleitoreiras. Se Rodrigo Rollemberg mantiver o foco nas suas propostas de inovação e numa gestão qualificada, onde o currículo é o que vai falar mais alto e não a indicação, todos os brasilienses sairão ganhando. Isso é possível, eu acredito.
A tarefa da presidente reeleita será bem mais difícil. Como ela mesma reconheceu, Dilma terá que renovar a si mesma. Essa foi a eleição mais acirrada da história. O Brasil saiu do pleito completamente dividido e mesmo quem votou no PT espera por uma nova postura. O melhor caminho para transformar o País, neste momento, é tirar as reformas estruturais do papel. Isso só pode ser feito pelas vias republicanas, no Congresso. Qualquer outra medida será vista como golpe. Um Estado mais eficiente e livre de corrupção é, sem dúvida, território fértil para bons programas sociais. Sobra dinheiro para investir em saúde, educação e segurança. É chegada a hora de cumprir o prometido. A sociedade está vigilante.
Publicado originalmente no Jornal de Brasília 03/11/2014.