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Crise na segurança pública

Em pouco mais de um ano, o governo Agnelo acumula um impressionante saldo de ex-secretários, tamanha a quantidade de mudanças ocorridas na equipe até agora. A situação surpreende, sobretudo, no quadro das forças policiais. Somente na Polícia Civil, estamos no terceiro diretor-geral.

As chefias do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar passaram por substituições no início de 2012 e a própria Secretaria de Segurança Pública teve seu comando renovado logo após os primeiros 100 dias de governo. Mais do que uma ingerência política na condução das corporações, as trocas são o indicativo de uma crise na área de segurança pública no Distrito Federal. Essa afirmação pode ser confirmada também pela escalada da criminalidade. Em apenas dois dias, na segunda semana de fevereiro, foram registrados pelo menos sete sequestros relâmpagos em diversas regiões administrativas do DF.

No segundo mês do ano, já se contabilizavam mais de 70 casos desse tipo de crime na capital da República. Isso, para não falar do avanço do tráfico de drogas, principalmente do crack. Essa substância nefasta invadiu as ruas de Brasília. No Setor Comercial Sul, crianças e adultos viciados ampliam as estatísticas de violência e vagam pelos bueiros como se fossem mortos vivos, abandonados pelo Estado e pela sociedade.

O cidadão de bem, cada vez mais acuado, tem recorrido aos mais diversos expedientes para tentar escapar da violência, desde a adoção de aulas de defesa pessoal até o porte de armas brancas. Mas tudo isso pouco parece adiantar e só aumenta os riscos para a população.

Uma situação de confronto entre bandidos e vítima é sempre desaconselhável, com resultado negativo para a parte mais fraca. No comércio, não é diferente. Para tentar compensar a falta de segurança, o empresário recorre a muros, cercas, alarmes, câmeras e segurança privada. O que também não impede a ousadia dos criminosos. Eles costumam assaltar, repetidas vezes, os mesmos estabelecimentos.

Isso nos faz questionar, inclusive, quem realmente está atrás das grades. São os bandidos ou as pessoas honestas? É um verdadeiro absurdo conceber como natural o fato de um empresário ser obrigado a fechar o seu estabelecimento mais cedo para não correr o risco de ser assaltado. Ou um cidadão precisar sair correndo do trabalho para não cair nas armadilhas dos criminosos.

Essa realidade preocupa a sociedade, com situações semelhantes em outras unidades da Federação, e precisa de uma solução urgente. Sempre elogiei as forças policiais civis e militares do Distrito Federal como as melhores do País. Elas ocupam esse posto devido à excelente qualidade técnica. Não vamos abandonar esse trunfo agora. É bom lembrar: é dever do policial garantir a segurança do cidadão. E é dever do governante garantir a normalidade e o bom funcionamento das instituições.

*Publicado originalmente no Jornal de Brasília – 27/2/2012

Brasília, 27 de Fevereiro de 2012

Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF

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