Em um cenário de crédito mais caro, inflação elevada, altas taxas de juros e um forte endividamento das famílias, era de se esperar que o ano de 2015 fosse difícil para a economia brasileira. De fato, esse quadro de recessão se confirmou. Particularmente, o setor de comércio e serviços, após acumular saldos positivos durante mais de uma década, teve o seu pior desempenho em 2015. No Distrito Federal, a queda nas vendas das micro e pequenas empresas foi de 17%, conforme a nossa pesquisa feita exclusivamente com esse público. Levando-se em consideração a falta de perspectivas de mudança neste cenário, é bem provável que em 2016 enfrentemos mais um período de turbulência econômica.
Nesse ambiente de recessão, não adianta fechar os olhos para a crise. Esse, definitivamente, não é o caminho. Tampouco devemos insistir no discurso de pessimismo. É tempo de realizar as reformas, os projetos e as correções que o Brasil precisa. Creio que esse deve ser o foco tanto das autoridades quanto dos cidadãos. Precisamos incorporar a mudança que desejamos ver no País. Discordo quando falam que não existem novas oportunidades. O comércio eletrônico, por exemplo, fechou 2015 com um crescimento nas vendas da ordem de 15%. Mais uma vez o faturamento bateu a casa dos dois dígitos.
Isso também mostra outra verdade: os padrões de consumo se transformaram bastante nas últimas décadas e mudaram a cada dia. Quem não estiver em sintonia com essa realidade está fora do mercado, vira “ex”. Aliás, acredito que se manter atualizado é uma exigência de qualquer profissão. Outra necessidade é arregaçar as mangas e trabalhar mais. Em tempos de crise, principalmente, o nosso esforço precisa ser redobrado, abrir mais cedo e fechar mais tarde, se for o caso. O empresário da atualidade, mais do que nunca, deve estar focado no cliente e na qualidade do serviço. Não existem soluções fáceis para a situação atual. Temos que fazer o que o brasileiro faz de melhor: ir à luta.
Adelmir Santana (Presidente do Sistema Fecomércio-DF)