A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra que, em abril, o percentual de famílias endividadas alcançou 58,9%, o que representa uma alta em relação aos 57,9% observados em março, contabilizando a terceira alta seguida do índice. Apesar do aumento, o número de endividados permanece menor do que o registrado em abril de 2016, quando o estudo contabilizou 59,6% das famílias brasileiras com algum tipo de dívida.
A economista da CNC, Marianne Hanson, explica que é comum as famílias se endividarem no primeiro trimestre do ano, devido as contas extras, como IPVA, IPTU e matrícula escolar. “Houve um aumento de endividados nos primeiros meses do ano que acabou se estendendo até abril, pois as famílias estão com dificuldade de pagar suas contas em dia. A razão disso é muito por conta da questão desfavorável do mercado de trabalho, além da alta taxa de juros do crédito”, afirma Marianne.
A economista da CNC explica ainda que a expectativa para os próximos meses é de que o número de endividados pare de aumentar, criando uma estabilização dos indicadores. “O mercado de trabalho ainda está ruim, mas estamos observando uma desaceleração nas demissões. A inflação está sob controle, em processo de desinflação o que colabora para que o cenário não piore nos próximos meses do ano”, acredita Marianne.
A pesquisa mostra ainda que a parcela de famílias que declararam não ter como pagar as dívidas, permanecendo inadimplentes, diminuiu na comparação mensal, alcançando 9,7% em abril ante 9,9% em março. A parcela de famílias que declararam não ter como pagar as dívidas, permanecendo inadimplentes, diminuiu na comparação mensal, alcançando 9,7% em abril ante 9,9% em março. Essa foi a primeira queda do indicador no ano de 2017. Na comparação anual, no entanto, houve alta de 1,5 ponto percentual.
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 63,1 dias em abril de 2017, acima dos 61,8 dias de abril de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 33,9% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 21,5% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.