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As soluções não virão de nomes, mas de ideias

por acm

Publicado originalmente no Correio Braziliense, dia 30 de agosto de 2017. (acesse a matéria)

As duras palavras que refletem o sentimento de brasileiros e brasilienses diante do triste quadro em que vivemos expressam revolta e medo: descrença, desencanto, decepção, desesperança, desânimo, incerteza, indignação, insegurança, raiva, tristeza, vergonha. A crise econômica, política e ética que se abate sobre o país leva as pessoas a desacreditarem das instituições políticas e de seus representantes. Até os valores da democracia são questionados. E, o que é pior, as pessoas estão perdendo a fé e a esperança no futuro.

É o momento de analisar as razões da crise em seus diversos aspectos, avaliar suas consequências, minimizar seus danos e aproveitar a oportunidade para nos reerguermos e acertarmos o rumo para o futuro. É hora do diálogo, do debate e da busca do entendimento em meio às diferenças. E a crise tem nos mostrado, com clareza, que precisamos deixar para trás velhos esquemas e construir novas realidades para o país e para Brasília.

Por isso surpreende a movimentação de tradicionais políticos de Brasília, de diferentes matizes à direita e à esquerda, já visando às eleições de 2018. Não que não tenha sido assim no passado, pois sempre houve a articulação de possíveis candidatos a um ano ou mais do início da campanha eleitoral. Mas o quadro mudou e parece que esses políticos não veem o que está acontecendo: a percepção que os cidadãos brasilienses têm hoje dos políticos, dos partidos e da política é a pior possível. E nenhuma candidatura se consolidará sem que esse ruído seja enfrentado e superado.

As pessoas responsabilizam os políticos pela crise, em todos os aspectos, e estão descrentes do sistema eleitoral. Pesquisas indicam, e vemos isso no dia a dia, que a maioria dos eleitores não tem candidato nem quer votar em algum dos que já se colocam no jogo eleitoral. Grande parcela da população acha que são todos corruptos ou reféns de velhos métodos. Os que não são corruptos, de acordo com o senso comum, ou ficam marginalizados e isolados do processo, ou acabam sucumbindo às práticas nefastas.

Mas alguns políticos, desconsiderando esse cenário, agem como se estivéssemos em 2010 ou 2014: articulam candidaturas e chapas ao velho estilo, anunciando acordos cujas bases o eleitor não conhece e dos quais, naturalmente, desconfia. Muitos desses políticos, nas redes sociais e em programas partidários na televisão e no rádio, limitam-se a pronunciar palavras de ordem e frases feitas contra o governo e contra o governador, sem preocupação em fundamentá-las e dar consistência a elas. O governador, por sua vez, expõe exaustivamente o que considera feitos de sua gestão, como se propaganda tudo resolvesse, mas não dá resolução a gravíssimos problemas e carências que afetam os brasilienses.

A reação popular à política não é boa nem deve ser incentivada, pois, em uma sociedade democrática, a política é essencial. Mas não a política – figurativamente com p minúsculo – do fisio-logismo, do patrimonialis-mo, da corrupção, da demagogia e da defesa de interesses pessoais. E sim a Política – com p maiúsculo – do exercício do poder legitimado pelas livres escolhas dos cidadãos, da conciliação de interesses diferentes em busca do bem comum e da preocupação com a coisa pública e com os cidadãos.

Os políticos deveriam ser os primeiros a se preocupar em resgatar o sentido positivo e necessário da política, e não aprofundar a justa reação popular à sua deformação. Insistir em conchavos pouco ou nada transparentes, em montar esquemas de autoproteção e colocar nomes antes de programas e compromissos em nada colabora para a recuperação do bom conceito da política.

Antes de falarmos em candidaturas, temos de discutir os enormes problemas de nossa cidade e as soluções possíveis neste quadro de crise. Debater com profundidade e seriedade, não com tiradas marqueteiras, demagogia e ofensas mútuas. Os erros e falhas do atual governo não serão superados porque fulano ou sicrano tomará o lugar do atual governador, nem porque o eleitorado o reelegerá para mais quatro anos de mandato. Erros e falhas só serão superados pelo debate, amplo e qualificado, que busque soluções consistentes para as inúmeras carências de nossa cidade.

Tratar as eleições de 2018, desde já, sob a ótica das práticas tradicionais só afastará ainda mais a população da política e do pleito. As pessoas esperam mudanças, renovação e perspectivas para um futuro melhor.

Adelmir Santana
Presidente do Sistema Fecomércio DF

 

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